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domingo, 20 de outubro de 2019

Papa no Dia Mundial das Missões: A Missão é dom e não um peso a ser suportado

                                     Papa Francisco - Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)


Vaticano, 20 Out. 19 / 09:23 am (ACI).- Neste domingo, 20, dia em que a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco celebrou uma especial missa para marcar a ocasião, recordando que todo cristão é missionário e que a missão é um dom e não um fardo, exortando os presentes a anunciar com coragem o Evangelho.

Abaixo segue a Homilia do Santo Padre na íntegra:

“Quero tomar três palavras das Leituras: um substantivo, um verbo e um pronome. 
Osubstantivo é o monte: dele profetiza Isaías, quando nos fala de um monte do Senhor, dominando sobre as colinas, para onde acorrerão todas as nações (cf. Is 2, 2). E o monte reaparece no Evangelho: depois da sua ressurreição, Jesus indica aos discípulos como local de encontro um monte da Galileia, precisamente aquela Galileia habitada por muitas populações diferentes, a «Galileia dos gentios» (cf.Mt 4, 15). Em suma, o monte parece ser o lugar onde Deus gosta de marcar encontro com toda a humanidade. É o lugar do encontro connosco, como mostra a Bíblia a começar do Sinai, passando pelo Carmelo até Jesus, que proclamou as Bem-aventuranças no monte, transfigurou-Se no monte Tabor, deu a vida no Calvário e subiu ao Céu no monte das Oliveiras. O monte, lugar dos grandes encontros entre Deus e o homem, é também o sítio onde Jesus passa horas e horas em oração (cf. Mc 6, 46), para unir terra e Céu, unir-nos, nós seus irmãos, ao Pai. 

A nós, que nos diz o monte? Que somos chamados a aproximar-nos de Deus e dos outros: aproximar-nos de Deus, o Altíssimo, no silêncio, na oração, afastando-nos das maledicências e boatos que poluem; e aproximar-nos também dos outros, que, vistos do monte, aparecem-nos noutra perspetiva, a de Deus que chama todos os povos: vistos de cima, os outros aparecem-nos no seu todo e descobre-se que a harmonia da beleza só é dada pelo conjunto. O monte lembra-nos que os irmãos e as irmãs não devem ser selecionados, mas abraçados com o olhar e sobretudo com a vida. O monte liga Deus e os irmãos num único abraço, o da oração. O monte leva-nos para o alto, longe de tantas coisas materiais que passam; convida-nos a redescobrir o essencial, o que permanece: Deus e os irmãos. A missão começa no monte: lá se descobre aquilo que conta. No coração deste mês
missionário, interroguemo-nos: Para mim, o que é que conta na vida? Quais são as altitudes para onde tendo?

E o substantivo monte aparece acompanhado por um verbo: subir. Isaías exorta-nos: «Vinde, subamos à montanha do Senhor» (2, 3). Nascemos, não para ficar em terra contentando-nos com coisas triviais, mas para chegar às alturas encontrando Deus e os irmãos. Para isso, porém, é preciso subir: é preciso deixar uma vida horizontal, lutar contra a força de gravidade do egoísmo, realizar um êxodo do próprio eu. Por isso, subir requer esforço, mas é a única maneira para ver tudo melhor, como
 o panorama mais bonito ao escalar a montanha só se vê no cimo e, então, compreendemos que o único modo possível para o abarcar era seguir aquela vereda sempre em subida. E como não é fácil subir ao monte se formos carregados de coisas, assim na vida é preciso alijar o que não serve. É também o segredo da missão: para partir é preciso deixar, para anunciar é preciso renunciar. O anúncio credível é feito, não de bonitas palavras, mas de vida boa: uma vida de serviço, que sabe renunciar a tantas coisas materiais que empequenecem o coração, tornam as pessoas indiferentes e as fecham em si mesmas; uma vida que se separa das inutilidades que atafulham o coração e encontra tempo para Deus e para os outros. Podemos interrogar-nos: Como procede a minha subida? Sei renunciar às bagagens pesadas e inúteis do mundanismo para subir ao monte do Senhor?

Se o monte nos lembra o que conta – Deus e os irmãos –, e o verbo subir, o modo como lá chegamos, há uma terceira palavra que hoje ressoa como a mais forte. É o pronome todos, que prevalece nas Leituras: «todas as nações», dizia Isaías (2, 2); «todos os povos», repetimos no Salmo; Deus «quer que todos os homens sejam salvos», escreve Paulo (1 Tm 2, 4); «ide, pois, fazei discípulos de todos os povos», pede Jesus no Evangelho (Mt 28,19). O Senhor obstina-Se a repetir este «todos».

Sabe que somos teimosos a repetir «meu» e «nosso»: as minhas coisas, a nossa nação, a nossa comunidade... e Ele não Se cansa de repetir «todos». Todos, porque ninguém está excluído do seu coração, da sua salvação; todos, para que o nosso coração ultrapasse as alfândegas humanas, os particularismos baseados nos egoísmos que não agradam a Deus. Todos, porque cada qual é um tesouro precioso e o sentido da vida é dar aos outros este tesouro. Eis a missão: subir ao monte para rezar por todos, e descer do monte para se doar a todos.

Subir e descer… Assim o cristão está sempre em movimento, em saída. Realmente, no Evangelho, o mandato de Jesus é «ide». Todos os dias nos cruzamos com tantas pessoas, mas –podemo-nos interrogar – vamos ter com as pessoas que encontramos? Assumimos o convite de Jesus ou ocupamo-nos apenas das nossas coisas? Todos esperam algo dos outros, o cristão vai ter com os outros. A testemunha de Jesus nunca se sente em crédito do reconhecimento de outros, mas em dívida de amor com quem não conhece o Senhor. A testemunha de Jesus vai ao encontro de todos, e não apenas dos seus, do seu grupinho. Jesus diz também a ti: «Vai; não percas a ocasião de testemunhar!»

Irmão, irmã, o Senhor espera de ti o testemunho que ninguém pode dar em tua vez. «Oxalá consigas identificar a palavra, a mensagem de Jesus que Deus quer dizer ao mundo com a tua vida (...), e assim a tua preciosa missão não fracassará» (Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate, 24).

Para ir ao encontro de todos, que instruções nos dá o Senhor? Uma só e muito simples: fazei discípulos. Mas, atenção! Discípulos d’Ele, não nossos. A Igreja só anuncia bem, se viver como discípula. E o discípulo segue dia a dia o Mestre e partilha com os outros a alegria do discipulado.

Não conquistando, obrigando, fazendo prosélitos, mas testemunhando, colocando-se ao mesmo nível – discípulo com os discípulos –, oferecendo amorosamente o amor que recebemos. Esta é a missão: oferecer ar puro, de alta quota, a quem vive imerso na poluição do mundo; levar à terra aquela paz que nos enche de alegria, sempre que encontramos Jesus no monte, na oração; mostrar, com a vida e mesmo com palavras, que Deus ama a todos e não se cansa jamais de ninguém.

Queridos irmãos e irmãs, cada um de nós tem, melhor, é uma missão nesta terra (cf. Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 273). Estamos aqui para testemunhar, abençoar, consolar, erguer, transmitir a beleza de Jesus. Coragem! Ele espera muito de ti! O Senhor prova uma espécie de ânsia por aqueles que ainda não sabem que são filhos amados pelo Pai, irmãos pelos quais deu a vida e o Espírito Santo. 

Queres acalmar a ânsia de Jesus? Vai com amor ao encontro de todos, porque a tua vida é uma missão preciosa: não é um peso a suportar, mas um dom a oferecer. Coragem! Sem medo, vamos ao encontro de todos!

Fonte: ACI

domingo, 6 de outubro de 2019

Homilia do Papa no Sínodo da Amazônia

O Papa Francisco durante a Missa inaugural do Sínodo da Amazônia. Foto: Daniel Ibáñez / ACI

Íntegra
Homilia do Papa na abertura do Sínodo para a Amazônia

Vaticano, 06 Out. 19 / 07:01 am (ACI).
- O Papa Francisco presidiu neste domingo 6 de outubro, na Basílica de São Pedro do Vaticano, a Missa de abertura da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Panamazônica, conhecida também como Sínodo da Amazônia, e que se desenvolverá no Vaticano até o próximo 27 de outubro.

Na Missa, em que participaram também os 13 novos Cardeais criados no consistório celebrado ontem, sábado 5 de outubro, o Santo Padre contrapôs o fogo de Deus, “que ilumina, esquenta e dá vida”, ao fogo do mundo, “que destrói”.

O Santo Padre destacou a importância do Sínodo “para renovar os caminhos da Igreja na Amazônia, de modo que não se apague o fogo da missão”. Do mesmo modo, recordou que “muitos irmãos e irmãs na Amazônia levam cruzes pesadas e esperam a consolação libertadora do Evangelho e a carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”.

A seguir, a homilia completa do Papa Francisco:

O apóstolo Paulo, o maior missionário da história da Igreja, ajuda-nos a «fazer Sínodo», a «caminhar juntos»; parece dirigido a nós, Pastores ao serviço do povo de Deus, aquilo que escreve a Timóteo.

Começa dizendo: «Recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos» (2 Tm 1, 6). Somos bispos, porque recebemos um dom de Deus. Não assinamos um acordo; colocaram-nos, não um contrato de trabalho nas mãos, mas mãos sobre a cabeça, para sermos, por nossa vez, mãos levantadas que intercedem junto do Senhor e mãos estendidas para os irmãos. Recebemos um dom, para sermos dons. Um dom não se compra, não se troca nem se vende: recebe-se e dá-se de presente. Se nos apropriarmos dele, se nos colocarmos a nós mesmos no centro e não deixarmos no centro o dom, passamos de Pastores a funcionários: fazemos do dom uma função, e desaparece a gratuidade; assim acabamos por nos servir a nós mesmos, servindo-nos da Igreja. Ao passo que a nossa vida, dom recebido, é para servir. No-lo recorda o Evangelho, que fala de «servos inúteis» (Lc 17, 10); expressão esta, que pode querer dizer também «servos sem lucro». Por outras palavras, não trabalhamos para obter lucro, um ganho nosso, mas, sabendo que gratuitamente recebemos, gratuitamente damos (cf. Mt 10, 8). Colocamos toda a nossa alegria em servir, porque fomos servidos por Deus: fez-Se nosso servo. Queridos irmãos, sintamo-nos chamados aqui para servir, colocando no centro o dom de Deus.

Para sermos fiéis a esta chamada, à nossa missão, São Paulo lembra-nos que o dom deve ser reaceso. O verbo usado é fascinante: reacender é, literalmente, «dar vida a uma fogueira» [anazopurein]. O dom que recebemos é um fogo, é amor ardente a Deus e aos irmãos. O fogo não se alimenta sozinho; morre se não for mantido vivo, apaga-se se a cinza o cobrir. Se tudo continua igual, se os nossos dias são pautados pelo «sempre se fez assim», então o dom desaparece, sufocado pelas cinzas dos medos e pela preocupação de defender o status quo. Mas «a Igreja não pode de modo algum limitar-se a uma pastoral de “manutenção” para aqueles que já conhecem o Evangelho de Cristo. O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial» (Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 95). Jesus veio trazer à terra, não a brisa da tarde, mas o fogo.

O fogo que reacende o dom é o Espírito Santo, dador dos dons. Por isso, São Paulo continua: «Guarda, pelo Espírito Santo que habita em nós, o precioso bem que te foi confiado» (2 Tm 1, 14). E antes escrevera: «Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de prudência» (1, 7). Não um espírito de timidez, mas de prudência: em oposição à timidez, Paulo coloca a prudência. Que é, então, esta prudência do Espírito? Como ensina o Catecismo, a prudência «não se confunde com a timidez ou o medo», mas «é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir» (n. 1806). A prudência não é indecisão, não é um comportamento defensivo. É a virtude do Pastor que, para servir com sabedoria, sabe discernir, sensível à novidade do Espírito. Então, reacender o dom no fogo do Espírito é o oposto de deixar as coisas correr sem se fazer nada. E ser fiéis à novidade do Espírito é uma graça que devemos pedir na oração. Ele, que faz novas todas as coisas, nos dê a sua prudência audaciosa; inspire o nosso Sínodo a renovar os caminhos para a Igreja na Amazónia, para que não se apague o fogo da missão.

O fogo de Deus, como no episódio da sarça ardente, arde mas não consome (cf. Ex 3, 2). É fogo de amor que ilumina, aquece e dá vida; não fogo que alastra e devora. Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos. O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazónia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. Pelo contrário, o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos.

Reacender o dom; receber a prudência audaciosa do Espírito, fiéis à sua novidade; São Paulo faz uma última exortação: «Não te envergonhes de dar testemunho (…), mas compartilha o meu sofrimento pelo Evangelho, apoiado na força de Deus» (2 Tm 1, 8). Pede para testemunhar o Evangelho, sofrer pelo Evangelho; numa palavra: viver para o Evangelho. O anúncio do Evangelho é o critério primeiro para a vida da Igreja. Mais adiante, Paulo escreve: «Estou pronto para oferecer-me como sacrifício» (4, 6). Anunciar o Evangelho é viver a oferta, é testemunhar radicalmente, é fazer-se tudo por todos (cf. 1 Cor 9, 22), é amar até ao martírio. De facto, como assinala o Apóstolo, serve-se o Evangelho, não com a força do mundo, mas simplesmente com a força de Deus: permanecendo sempre no amor humilde, acreditando que a única maneira de possuir verdadeiramente a vida é perdê-la por amor.

Queridos irmãos, olhemos juntos para Jesus Crucificado, para o seu coração aberto por nós. Comecemos dali, porque dali brotou o dom que nos gerou; dali foi derramado o Espírito que renova (cf. Jo 19, 30). Dali, sentimo-nos chamados, todos e cada um, a dar a vida. Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos.

Fonte: ACI

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Papa inaugura o Mês Missionário Extraordinário e lista 3 pecados contra a missão

Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 01 Out. 19 / 02:57 pm (ACI).

- O Papa Francisco inaugurou o Mês Missionário Extraordinário que a Igreja universal celebrará durante todo o mês de outubro de 2019 e alertou sobre três "pecados contra a missão".

O Santo Padre deu início, na Basílica de São Pedro, a esta iniciativa sem precedentes, ao presidir a oração das vésperas na memória litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões.
O rito litúrgico foi realizado em um clima de devoção e oração que foi alternado pela escuta de alguns testemunhos missionários, momentos de silêncio e cantos.
Antes de concluir, o Pontífice entregou crucifixos aos missionários – religiosos e leigos –, que partirão em missão para Taiwan, República Democrática do Congo, Camboja, Bangladesh, Sudão do Sul, Cazaquistão, Quirguistão e Brasil.

Anteriormente, o Papa Francisco enviou uma mensagem através de sua conta oficial do Twitter @Pontifex, na qual encorajou a seguir o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus durante este Mês Missionário Extraordinário. "Através dos nossos pequenos passos de amor, Deus faz grandes coisas, Deus realiza a salvação do mundo", escreveu o Pontífice.

Refletindo sobre a passagem bíblica do capítulo 25 de São Mateus, o Pontífice se deteve no ensinamento da parábola para destacar que “Deus nos confiou seus maiores bens: nossa vida, a dos outros, a cada um de nós, muitos dons diferentes. E esses dons, esses talentos, não representam algo para guardar em um caixa forte, mas um chamado: o Senhor nos chama para fazer os talentos frutificarem com audácia e criatividade”.
"Deus não nos perguntará se conservamos zelosamente a vida e a fé, mas se a colocamos em risco, arriscando, talvez perdendo prestígio", afirmou o Papa, que incentivou todos os fiéis – religiosos e leigos – a dar suas vidas pela missão.
“Recebemos não para enterrá-la, mas para colocá-la em jogo; não para conservá-la, mas para doá-la. Quem está com Jesus sabe que possui aquilo que se doa; e o segredo para possuir a vida é doá-la. Viver de omissões é renegar a nossa vocação: a omissão é o contrário da missão”, exclamou.

Como fazer para se tornar missionário?
Nesse sentido, o Santo Padre descreveu qual é a chave de ser missionário que é viver como testemunha, “testemunhando com a vida que se conhece Jesus. Testemunha é a palavra-chave; uma palavra que tem a mesma raiz e significado de mártir. Os mártires são as primeiras testemunhas da fé: não por palavras, mas com a vida. Sabem que a fé não é propaganda nem proselitismo, mas um respeitoso dom de vida. Vivem espalhando paz e alegria, amando todos, incluindo os inimigos, por amor a Jesus”.

Por essa razão, o Papa Francisco alertou sobre os pecados da omissão que vão contra a missão, porque, "em vez de espalhar a alegria, nos fechamos numa triste vitimização, pensando que ninguém nos ama nem compreende"; e perguntou: "Deus lhe deu talentos e você acha que é tão pobre que não pode enriquecer ninguém?".

Três pecados contra a missão
Dessa maneira, o Pontífice descreveu, especificamente, três pecados contra a missão:
1. "Quando, num lamento sem fim, continuamos a dizer que está tudo mal, no mundo e na Igreja”.
2. "Quando caímos escravos dos medos que imobilizam e nos deixamos paralisar pelo ‘sempre se fez assim’".
3. “Quando vivemos a vida como um peso e não como um dom; quando, no centro, estamos nós com as nossas fadigas, não os irmãos e irmãs que esperam ser amados”.

Nesse sentido, o Papa Francisco lembrou que "Deus ama quem dá com alegria" e explicou que o Senhor "ama uma Igreja que vive em saída. Se não vive em saída, não é Igreja".
“Uma Igreja em saída, missionária é uma Igreja que não perde tempo a lamentar-se pelas coisas que não funcionam, pelos fiéis que diminuem, pelos valores de outrora que já não existem. Uma Igreja que não procura oásis protegidos para estar tranquila; deseja apenas ser sal da terra e fermento para o mundo. Sabe que esta é a sua força, a mesma de Jesus: não a relevância social ou institucional, mas o amor humilde e gratuito”, afirmou o Papa.

Três modelos para o Mês Missionário Extraordinário
Finalmente, o Santo Padre lembrou que durante este Mês Missionário Extraordinário de outubro, mês do Rosário, seremos acompanhados pelos modelos de uma religiosa, um sacerdote e uma leiga: Santa Teresa do Menino Jesus, São Francisco Xavier e a venerável Paulina Jaricot, “uma operária que apoia as missões com o seu trabalho diário: com as ofertas que retirava do salário, deu início às Pontifícias Obras Missionárias”. E perguntou: “E nós, fazemos de cada dia um dom para superar a fratura entre Evangelho e vida? Por favor, não vivamos uma fé ‘de sacristia’".

Por este motivo, o Papa Francisco propôs um ensinamento com esses três modelos, que afirmam que "ninguém está excluído da missão da Igreja". “Sim, neste mês, o Senhor chama você também. Chama você, pai e mãe de família; você, jovem que sonha com grandes coisas; você que trabalha numa fábrica, numa loja, num banco, num restaurante; você que está sem emprego; você que está numa cama de hospital... O Senhor pede que você se entregue onde está, exatamente como está, com quem está ao seu lado; que você não viva passivamente a vida, mas que a entregue; que não tenha pena de si mesmo, mas deixe-se desafiar pelas lágrimas de quem sofre”.

“Coragem, o Senhor espera muito de você. Ele espera também que alguém tenha a coragem de partir, ir aonde falta esperança e dignidade, ‘ad gentes’, aonde tantas pessoas vivem ainda sem a alegria do Evangelho. Veja, o Senhor não o deixará em paz; testemunhando, você descobrirá que o Espírito Santo veio antes de você para preparar o caminho. Coragem, irmãos e irmãs; Coragem, Igreja Mãe: reencontra a tua fecundidade na alegria da missão! ”, concluiu.

Fonte: ACI