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domingo, 31 de dezembro de 2023

FELIZ 2024




 

FELIZ 2024



 

Sagrada Família

Sagrada Família


Se o Natal tiver sido ao domingo; não tendo sido assim, a Sagrada Família celebrar-se-á no domingo dentro da Oitava do Natal.
Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964:
O exemplo de Nazaré:
Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la.
Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!
Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase furtivamente, algumas breves lições de Nazaré.
Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo. Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social.
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor.
João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do Ano Internacional da Família, 1994, escreve:
A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados (LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do "evangelho da família", mesmo que não sejam conhecidas nem proclamadas santas pela Igreja...
A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.

São Silvestre I

São Silvestre nasceu em Roma. O longo pontificado de São Silvestre ( de 314 a 335) correu paralelo ao governo do imperador Constantino, numa época muito importante para a Igreja apenas saída da clandestinidade e das perseguições. Foi nesse período que se formou uma organização eclesiástica que duraria por vários séculos. Nesta época teve lugar de destaque o imperador Constantino. Este, fato, herdeiro da grande tradição imperial romana, considerava-se o legítimo representante da divindade (nunca renunciou ao título pagão de "Pontífice Máximo), e logo também do Deus dos cristãos e por isso encarregado de controlar a Igreja como qualquer outra organização religiosa.
A conversão de Constantino e do Edito de Milão modificarão os destinos da Igreja. São Silvestre estabeleceu as bases doutrinais e disciplinares, que requeriam a Igreja em um novo contexto social e político em que o cristianismo se tornava a religião oficial do Império Romano. Os cristãos já não eram mais perseguidos e repudiados, podendo professar a sua crença abertamente, e o imperador teve a iniciativa de construir as primeiras basílicas, onde o povo pudesse se reunir por ocasião das grandes solenidades. Foi Constantino que autorizou a construção de uma grande basílica em honra de São Pedro, na colina do Vaticano, após ter destruído ou parcialmente recoberto de terra um cemitério pagão, descoberto pelas escavações, feitas a pedido de Pio XIII em 1939. Foi ainda a harmonia e colaboração entre o Papa Silvestre e Constantino que permitiram a construção de duas outras importantes basílicas romanas, uma em honra de São Paulo na via Ostiense e, sobretudo a outra em honra de São João.
Foi sob São Silvestre que se realizou o primeiro concílio ecumênico da história da Igreja. O Concílio de Nicéia, no ano 325, onde se definiu a divindade de Cristo. E o melhor e que este concílio foi convocado pelo imperador Constantino, tal era a influência nos assuntos eclesiásticos. Para demonstrar a sua simpatia para com o Papa Silvestre, Constantino deu o seu próprio Palácio Lateranense que foi desde então e por diversos séculos a morada dos Papas.
São Silvestre morreu no ano 335 tendo sido um dos primeiros santos não-mártires cultuados pela Igreja.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Santo Tomás Becket

São Tomás Becket, nasceu em Londres de pai normando pelo ano 1117 e ordenado arcedíago e colaborador do arcebispo de Canterbury, Teobaldo. Uma das escolhas mais felizes do grande inglês Henrique II foi nomear em 1154 o chanceler, na pessoa de Tomás Becket. Na qualidade de chanceler do reino, Tomás se sentia perfeitamente à vontade: possuía ambição, audácia, beleza e gosto. Foi considerado um dos homens mais influentes tanto no campo da política como no da religião.
O arcebispo Teobaldo morreu em 1161 e Henrique II, graças ao privilégio dado pelo papa, pode escolher Tomás como sucessor à sede promaz de Caterbury, o que não podia prever e que Tomás se transformaria subitamente em grande defensor dos direitos da Igreja e em zeloso pastor de almas. E avisou ao rei: "Senhor, se Deus permitir que eu me torne arcebispo de Canterbury, perderei a amizade de Vossa Majestade." Foi então ordenado sacerdote a 3 de junho de 1162 e consagrado bispo um dia depois, Tomás não tardou a indispor-se com o soberano. Sua vida se modificou completamente. Passou a viver na simplicidade e na pobreza, colocando-se inteiramente a serviço dos necessitados. O rei sentiu-se traído por não contar mais com os préstimos de Tomás e especialmente por ele se colocar ao lado do Papa e contra as suas posições de monaraca. São Tomás teve então que fugir para a França, buscando proteção junto a Luís VII. Os seus bens foram confiscados, os parentes perseguidos. Retornou seis anos depois a Canterbury, acolhido triunfante pelos fiéis, aos quais saudou com estas palavras: "Voltei para morrer no meio de vós".
Com a situação se agravando ainda mais e com o rei acusando seus nobres dizendo: "Covardes. Esse homem se levanta contra mim e ninguém dentre os meus é capaz de vingar minha honra e livrar-me desse padre insolente?" Houve quem se encarregasse disso. O arcebispo foi avisado, mas ficou no seu lugar: "O medo da morte não deve fazer-nos perder a vista a justiça". Recebeu os sicários do rei na catedral, vestido com os paramentos sagrados. Deixou-se apunhalar sem opor resistência, murmurando: "Aceito a morte pelo nome de Jesus e pela Igreja". Era o dia 23 de Dezembro de 1170. O Papa Alexandre III o inscreveu no catálogo dos santos, três anos depois.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Santos Inocentes

A origem desta festa é muito antiga. Aparece já no calendário cartaginês do século IV e cem anos mais tarde em Roma no Sacramentário Leonino. Hoje, com a nova reforma litúrgica, a celebração tem caráter jubiloso e não mais de luto como o era antigamente, e isto em sintonia com os simpáticos costumes medievais, que celebravam nesta circunstância a festa dos meninos do coro e do serviço do altar. Entre as curiosas manifestações temos aquela de fazer descer os cônegos dos seus lugares ao canto do versículo: "Depôs os poderosos do trono e exaltou os humildes".
A Igreja honra como mártires este coro de crianças, vítimas do terrível e sanguinário rei Herodes, arrancadas dos braços de suas mães em tenra idade para escrever com seu próprio sangue a primeira página do livro de ouro dos mártires cristãos e merecer a glória eterna segundo a promessa de Jesus: "Quem perder a vida por amor de mim a encontrará". Para eles a liturgia repete hoje as palavras do poeta Prudêncio: "Salve, ó flores dos mártires, que na alvorada do cristianismo fostes massacrados pelo perseguidor de Jesus, como um violento furacão arranca as rosas apenas desabrochadas. Vós fostes as primeiras vítimas, a tenra grei imolada, num mesmo altar recebestes a palma e a coroa".
O episódio é narrado somente pelo Evangelista Mateus, que se dirigia principalmente aos leitores judeus e, portanto tencionava demonstrar a messianidade de Jesus, no qual haviam se realizado as antigas profecias: "Então Herodes, percebendo-se enganado pelos magos, ficou muito irritado e mandou matar, em Belém e no seu território, todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo de que havia se certificado com os magos. Então cumpriu-se o que fora dito pelo profeta Jeremias:"Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos, e não quer consolação, porque não existem mais".
A Igreja quis manter esta celebração, elevada ao grau de festa por São Pio V, muito próxima da festa do Natal, assim colocou as vítimas inocentes entre os companheiros de Cristo, para circundar o berço de Jesus Menino de um coro gracioso de crianças, vestidas com as cândidas vestes da inocência, pequena vanguarda do exército de mártires que testemunharão com o sangue sua pertença a Cristo.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

São João Evangelista

O nome deste evangelista significa: "Deus é misericordioso": uma profecia que foi se cumprindo na vida do mais jovem dos apóstolos. Filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, ele também era pescador, como Pedro e André; nasceu em Betsaida e ocupou um lugar de primeiro plano entre os apóstolos.
Jesus teve tal predileção por João que este assinalava-se como "o discípulo que Jesus amava". O apóstolo São João foi quem, na Santa Ceia, reclinou a cabeça sobre o peito do Mestre e, foi também a João, que se encontrava ao pé da Cruz ao lado da Virgem Santíssima, que Jesus disse: "Filho, eis aí a tua mãe" e, olhando para Maria disse: "Mulher, eis aí o teu filho". (Jo 19,26s).
Quando Jesus se transfigurou, foi João, juntamente com Pedro e Tiago, que estava lá. João é sempre o homem da elevação espiritual, mas não era fantasioso e delicado, tanto que Jesus chamou a ele e a seu irmão Tiago de Boanerges, que significa "filho do trovão".
João esteve desterrado em Patmos, por ter dado testemunho de Jesus. Deve ter isto acontecido durante a perseguição de Domiciano (81-96 dC). O sucessor deste, o benigno e já quase ancião Nerva (96-98), concedeu anistia geral; em virtude dela pôde João voltar a Éfeso (centro de sua atividade apostólica durante muito tempo, conhecida atualmente como Turquia). Lá o coloca a tradição cristã da primeiríssima hora, cujo valor histórico é irrecusável.
O Apocalipse e as três cartas de João testemunham igualmente que o autor vivia na Ásia e lá gozava de extraordinária autoridade. E não era para menos. Em nenhuma outra parte do mundo, nem sequer em Roma, havia já apóstolos que sobrevivessem. E é de imaginar a veneração que tinham os cristãos dos fins do século I por aquele ancião, que tinha ouvido falar o Senhor Jesus, e O tinha visto com os próprios olhos, e Lhe tinha tocado com as próprias mãos, e O tinha contemplado na sua vida terrena e depois de ressuscitado, e presenciara a sua Ascensão aos céus. Por isso, o valor dos seus ensinamentos e o peso de das suas afirmações não podiam deixar de ser excepcionais e mesmo únicos.
Dele dependem (na sua doutrina, na sua espiritualidade e na suave unção cristocêntrica dos escritos) os Santos Padres daquela primeira geração pós-apostólica que com ele trataram pessoalmente ou se formaram na fé cristã com os que tinham vivido com ele, como S. Pápias de Hierápole, S. Policarpo de Esmirna, Santo Inácio de Antioquia e Santo Ireneu de Lião. E são estas precisamente as fontes donde vêm as melhores informações que a Tradição nos transmitiu acerca desta última etapa da vida do apóstolo.
São João, já como um ancião, depara-se com uma terrível situação para a Igreja, Esposa de Cristo: perseguições individuais por parte de Nero e perseguições para toda a Igreja por parte de seu sucessor, o Imperador Domiciano.
Além destas perseguições, ainda havia o cúmulo de heresias que desentranhava o movimento religioso gnóstico, nascido e propagado fora e dentro da Igreja, procurando corroer a essência mesma do Cristianismo.
Nesta situação, Deus concede ao único sobrevivente dos que conviveram com o Mestre, a missão de ser o pilar básico da sua Igreja naquela hora terrível. E assim o foi. Para aquela hora, e para as gerações futuras também. Com a sua pregação e os seus escritos ficava assegurado o porvir glorioso da Igreja, entrevisto por ele nas suas visões de Patmos e cantado em seguida no Apocalipse.
Completada a sua obra, o santo evangelista morreu quase centenário, sem que nós saibamos a data exata. Foi no fim do primeiro século ou, quando muito, nos princípios do segundo, em tempo de Trajano (98-117 dC).
Três são as obras saídas da sua pena incluídas no cânone do Novo Testamento: o quarto Evangelho, o Apocalipse e as três cartas que têm o seu nome.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Santo Estêvão

Nos capítulos 6 e 7 dos Atos dos Apóstolos encontramos um longo relato sobre o martírio de Estêvão, que é um dos sete primeiros Diáconos nomeados e ordenados pelos Apóstolos. Santo Estêvão é chamado de Protomártir, ou seja, ele foi o primeiro mártir de toda a história católica. O seu martírio ocorreu entre o ano 31 e 36 da era cristã. Eis a descrição, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos:
"Estêvão, porém, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se então alguns da sinagoga, chamados dos Libertos e dos Cirenenses e dos Alexandrinos, e dos da Cicília e da Ásia e começaram a discutir com Estêvão, e não puderam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Subornaram então alguns homens que disseram: 'Ouvimo-lo proferir palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus'. E amotinaram o povo e os Anciãos e Escribas e apoderaram-se dele e conduziram-no ao Sinédrio; e apresentaram falsas testemunhas que disseram: 'Este homem não cessa de proferir palavras contra o Lugar Santo e contra a Lei; pois, ouvimo-lo dizer que Jesus, o Nazareno, destruirá este Lugar e mudará os usos que Moisés nos legou'. E todos os que estavam sentados no Sinédrio, tendo fixado os olhares sobre ele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo".
Num longo discurso, Estêvão evoca a história do povo de Israel, terminando com esta veemente apóstrofe:
"'Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, resistis sempre ao Espírito Santo, vós sois como os vossos pais. Qual dos profetas não perseguiram os vossos pais, e mataram os que prediziam a vinda do Justo que vós agora traístes e assassinastes? Vós que recebestes a Lei promulgada pelo ministério dos anjos e não a guardastes'. Ao ouvirem estas palavras, exasperaram-se nos seus corações e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, tendo os olhos fixos no céu, viu a glória de Deus e Jesus que estava à direita de Deus e disse: 'Vejo os céus abertos e o Filho do homem que está à direita de Deus'. E levantando um grande clamor, fecharam os olhos e, em conjunto, lançaram-se contra ele. E lançaram-no fora da cidade e apedrejaram-no. E as testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um jovem, chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão que invocava Deus e dizia: 'Senhor Jesus, recebe o meu espírito'. Depois, tendo posto os joelhos em terra, gritou em voz alta: 'Senhor, não lhes contes este pecado'. E dizendo isto, adormeceu".

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Natal do Senhor

Neste dia especial, em que toda a Igreja celebra o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, acompanhemos o testemunho da Palavra de Deus a respeito deste acontecimento que transformou a história da humanidade:
"...José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, para se alistar com a sua esposa Maria, que estava grávida. Estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor. O anjo disse-lhes: 'Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor'." (Lc 2,4-11)
Por isso hoje celebramos a eterna solidariedade do Pai das Misericórdias que, no seu plano de amor, quis o nascimento de Jesus, que é o verdadeiro Sol, a Luz do mundo. Este não é um dia de medo e nem de desespero, é dia de confiança e de esperança, pois Deus veio habitar no meio de nós, e assim encher-nos da certeza de que é possível um mundo novo. Solidário conosco, Ele nos quer solidários neste dia de Glória que refulge ao redor de cada um de nós!
Sendo assim, tudo neste dia só tem sentido se apontar para o grande aniversariante deste dia: o Menino Deus! Presépios, árvores, enfeites, banquetes e os presentes natalícios representam os presentes que os Reis Magos levaram até Jesus, mas não são estes símbolos a essência do Natal. O importante, o essencial, é que Cristo realmente nasça em nossos corações de uma maneira nova, renovadora, e que a partir daí, possamos sempre caminhar na sua luz solidária deste Deus Único e Verdadeiro, que nos quer também solidários uns com os outros!

Vivamos com muita alegria este dia solidário, que o Senhor fez para nós!

domingo, 24 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL !!!

 



NATAL 2023

 


 





São Charbel Makhluf, Presbítero e Monge

 


Sacerdote da Ordem Maronita Libanesa, que, em busca de uma vida de solidão austera e uma perfeição superior, retirou-se do mosteiro de Annaya no Líbano para uma ermida, onde serviu a Deus dia e noite em suprema sobriedade de vida com jejuns e orações, chegando, em 24 de dezembro, para descansar no Senhor. Sua fama está ligada aos numerosos milagres atribuídos a ele após sua morte.

Suas origens

Youssef Antoun Makhlouf  nasceu na aldeia de Beqaa Kafra, Líbano, em 1828, provavelmente em 8 de maio, em uma família de camponeses. Ele morava com seus quatro irmãos em uma aldeia. Sua infância terminou cedo: seu pai morreu quando ele tinha apenas três anos, e sua mãe se casou novamente com um homem piedoso que se tornou padre, segundo o costume da Igreja oriental. Para Youssef, era sempre uma alegria ouvi-lo, como era falar dos dois tios eremitas do Vale dos Santos. Para ele, esses homens eram super-heróis e queria seguir o exemplo deles, mas não pôde. Teve que ajudar a família como pastor aos 10 anos. Porém, passava todo o tempo livre rezando em uma caverna, um destino de peregrinações, hoje chamada “a gruta do Santo”.

Vocação

Em uma noite, ele ouviu a voz do Senhor a chamá-lo, particularmente, insistente: “Mayfouq”. Era 1851, e ele tinha 23 anos. Em poucos meses, tornou-se monge da Ordem Maronita Libanesa e mudou seu nome para Charbel, que, em siríaco, significa “a história de Deus”. Ele foi transferido algumas vezes, estudou teologia com assiduidade e cuidou dos pobres e doentes, em obediência às missões que lhe foram gradualmente confiadas, incluindo o trabalho no campo. Mas é a oração e a contemplação que ele prefere.

Um novo passo

Em 1875, Frei Charbel sentiu-se pronto para viver de acordo com a Regra dos eremitas da Ordem Maronita, que previa os monges divididos em pequenas comunidades de até três. Para ele, é como um segundo nascimento: pode trabalhar, rezar, observar, penitenciar-se, jejuar e silenciar-se. Os testemunhos referem-se a um monge zeloso, muitas vezes encontrado rezando de braços abertos, numa cela muito pobre, da qual sai apenas para celebrar a Missa ou quando lhe é expressamente ordenado. 

Sua partida e seus milagres

Foi no Natal, precisamente durante a Missa, que Charbel sentiu-se mal no momento da elevação. Depois de uma agonia de oito dias em que os outros monges o ouviam rezar, e na qual ele continua a observar a Regra – recusando, por exemplo, alimentos mais nutritivos -, ele morreu em 1898. Mas a morte, como sabemos, não é o fim. Depois de alguns meses, maravilhas começaram a acontecer. Muitos monges juram ver o túmulo de Frei Charbel iluminado por luzes não naturais durante a noite. Um dia, ele [túmulo] foi aberto e seu corpo encontrado intacto, com a temperatura corporal de um ser vivo. E isso acontecera mais duas vezes, quando foi aberto novamente, porque o corpo exalava uma mistura de sangue e água. 

O Taumaturgo

Durante o último reconhecimento, em 1950, seu rosto foi impresso em um pano, e muitas curas instantâneas ocorreram entre os presentes. Espalha-se a fama de santidade deste pequeno monge silencioso, que começa a ser invocado e, por sua intercessão, multiplicam-se as curas milagrosas. A Igreja já não tem dúvidas: é Paulo VI quem o beatifica e depois o canoniza. Assim o recorda: “Ele pode fazer-nos compreender, num mundo fascinado pelo conforto e pela riqueza, o grande valor da pobreza, da penitência, da ascese, para libertar a alma na sua ascensão a Deus”. Após a beatificação, o corpo de Frei Charbel já não escorria.


sábado, 23 de dezembro de 2023

São João Câncio

João nasceu em Kety, na diocese de Cracóvia, Polônia, em 1390; estudou na Cracóvia e foi ordenado sacerdote. Durante muitos anos foi professor da Universidade de Cracóvia; depois foi pároco de Ilkus. À fé que ensinava uniu grandes virtudes, sobretudo a piedade e a caridade para com o próximo, tornando-se um modelo insigne para seus colegas e discípulos.
Enquanto nas regiões vizinhas pululavam as heresias e os cismas, o bem-aventurado João ensinava na Universidade de Cracóvia a doutrina haurida da mais pura fonte, e explicava ao povo com muito empenho, em seus sermões, o caminho da santidade, confirmando a pregação com o exemplo da sua humildade, castidade, misericórdia, penitência e todas as outras virtudes próprias de um santo sacerdote e de um zeloso ministro do Senhor. Ao longo do dia, uma vez cumprido o seu dever de ensinar, dirigia-se diretamente à igreja, onde durante muito tempo se entregava à oração e à contemplação diante de Cristo na Eucaristia.
Tanto nas pequenas como nas grandes adversidades, João teve sempre em mente algo de bem superior ao prestígio, à carreira e ao bem-estar materiais: "Mais para o alto!" repetia sempre. Em todas as circunstâncias, só tinha Deus no seu coração, só tinha Deus na sua boca.
Morreu em Cracóvia, com a idade de oitenta e três anos, no ano de 1473.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL !


 

Santa Francisca Xavier Cabrini

Santa Francisca nasceu em Sant'Angelo de Lódi, na Lombardia, Itália, no ano de 1850, última de uma família de 13 filhos. Órfã de pai e mãe, Francisca teria desejado fechar-se logo no convento, mas não foi aceita por causa da precariedade de sua saúde. Aceitou então o encargo de atender a um orfanato, que lhe confiou o pároco de Codogno. A jovem, há pouco diplomada mestra, fez muito mais: concitou algumas companheiras a unirem-se a ela, constituindo um primeiro núcleo das irmãs missionárias do Sagrado Coração, postas sob a proteção de um intrépido missionário, São Francisco Xavier, de quem ela mesma, pronunciando os votos, assumiu o nome.
Francisca, também na primeira das suas vinte e quatro travessias do oceano condividiu os dissabores e as incertezas de seus patrícios; mas é extraordinária a coragem com que enfrentou a imensa metrópole norte-americana e soube onde estabelecer o ponto de encontro e de socorro para os emigrantes. Antes de tudo olhou para os órfãos e os doentes, construindo casas, escolas e um grande hospital em Nova Iorque, depois em Chicago, em seguida na Califórnia e irradiar enfim a sua obra em toda a América, até a Argentina.
A todos que se mostravam admirados com ela por tantas obras, a madre Cabrini respondia com sincera humildade: "Por acaso não foi o Senhor quem fez todas essas obras?" Traduzidas em números estas obras são: trinta fundações em oito nações diferentes. Morreu em Chicago no ano 1917, após uma das inúmeras viagens. Seu corpo foi levado para Nova Iorque na Igreja anexa ao Colégio Madre Cabrini para que permanecesse próximo dos emigrantes.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL !

 



São Pedro Canísio

São Pedro Canísio nasceu em Nimega, atual Holanda, mas então parte da Alemanha naquele tempo. Isto no ano de 1521. Canísio é a latinização de Kanijs. Seu pai foi prefeito de Nimega e encaminhou seu filho para estudar Direito.
Cursou estudos em Colônia e Lovaina para formar-se como advogado sem, no entanto, descuidar de sua espiritualidade (tendo em vista suas frequentes visitas ao Mosteiro dos Cartuxos). Descobrindo o seu chamado com o auxílio de um padre jesuíta, Pedro Canísio tornou-se o primeiro jesuíta alemão, tendo entrado na Companhia de Jesus em 1543. Recebeu a ordenação sacerdotal três anos mais tarde. Nesse mesmo ano publicou as obras de S. Cirilo de Alexandria, sendo o primeiro livro mandado imprimir por um jesuíta. Foi teólogo do Concílio de Trento e um grande pregador e professor. Exerceu a sua docência sobretudo em Inglostad, Viena, Augsburgo, Innsbruk e Munique. Organizou a sua Ordem na Alemanha, fazendo dela o instrumento valioso para a reforma católica contra o protestantismo. Foi um dos iniciadores da imprensa católica.
Profundo devoto da Santíssima Virgem, Pedro Canísio foi conselheiro de Príncipes, Núncios e Papas. Das 36 obras que compôs, as mais célebres são os seus três Catecismos (1555-1556 e 1558), largamente difundidos por toda a cristandade até o século XIX. O denominado "Catecismo Mayor", em 221 perguntas e respostas, alcançou pelo menos 130 edições. O Papa Leão XIII chamou-lhe mesmo o "segundo Apóstolo da Alemanha, depois de S. Bonifácio".
Faleceu em Friburgo, na Suíça, a 21 de dezembro de 1597. O Papa Pio XI canonizou-o a 21 de maio de 1925, declarando-o ao mesmo tempo Doutor da Igreja.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

São Domingos de Silos

Os santos da Igreja de Cristo foram verdadeiros luzeiros para o mundo, pois levaram com sua vida e palavras a Luz do Mundo que é Jesus Cristo. São Domingos nasceu em Cañas, vila da província de Navarra (Espanha), isto no ano 1000, dentro de uma humilde família cristã.
Quando o pai do pastorinho de ovelhas Domingos enxergou a inclinação do filho para os estudos religiosos, tratou logo de encaminhar Domingos para a formação que o levou - por vocação - ao Sacerdócio. Ordenado Sacerdote, passou mais de um ano na família e depois viveu dezoito meses na solidão. Com o passar do tempo entrou para a família beneditina, ingressando no mosteiro de Santo Emiliano, onde logo foi feito mestre dos noviços pelo abade do mosteiro. Em seguida, foi encarregado de restaurar o priorado de Santa Maria de Cañas. Após isso, foi feito prior do mosteiro de Santo Emiliano. Um dia, o príncipe de Navarra, sem dinheiro para as suas guerras, veio ao mosteiro exigir uma contribuição exorbitante. Os monges estavam dispostos a ceder, mas o prior deu uma recusa humilde e categórica. Fugindo da vingança do príncipe, Domingos exilou-se em Burgos onde Fernando Magno, rei de Castela e Aragão, recebeu o fugitivo em seu palácio. São Domingos retirou-se, todavia, para um eremitério fora da cidade. O rei pensou então no mosteiro de São Sebastião de Silos, quase abandonado, e deu-o ao recém-chegado, a 14 de janeiro de 1041.
Na Ordem de São Bento, São Domingos de Silos descobriu seu chamado a uma contemplação profunda e ações que salvassem almas, sendo assim recebeu de um anjo em sonho a promessa de 3 coroas que significavam: uma por ter abandonado o mundo mal e se ter encaminhado para a vida perfeita; outra por ter construído Santa Maria de Cañas e ter observado castidade perfeita; e a terceira pela restauração de Silos. De fato, esta última coroa se realizou perfeitamente, pois durante os 30 anos de pai (abade) no mosteiro de São Sebastião em Silos, este local tornou-se centro de cultura e cenáculo de evangelização para a Igreja e o Mundo. O abade de Silos faleceu a 20 de dezembro de 1073, entre os seus numerosos filhos espirituais e assistido pelo Bispo de Burgos. Foi sepultado no claustro.
São Domingos amado pelo povo e respeitado por reis e rainhas, operou em vida e também depois da morte muitos milagres, os quais provaram com clareza o quanto se encontra no Céu tão íntimo, quanto buscava ser aqui na terra. Em 1076, o Bispo de Burgos transferiu o corpo de São Domingos para a igreja de São Sebastião. E a abadia foi perdendo pouco a pouco o nome de São Sebastião para adotar o de São Domingos.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Bem - aventurado Urbano V

O Bem-aventurado Urbano V, nasceu no castelo de Grisac, em Languedoc, no ano 1310, de família nobre. Ingressara ainda muito jovem no mosteiro dos beneditinos do priorado de Chirac, onde recebeu sólida cultura. Doutorou-se em direito canônico e civil e ensinou na universidade de Montpelier, Toulouse e Avignon, antes de receber da Cúria Pontifícia vários encargos como delegado em Milão e em Nápoles, onde chegou-lhe a nomeação para Pontífice.
Foi consagrado bispo em Avignon, no mesmo dia 06 de novembro de 1362, recebida a tiara com o nome de Urbano V. A esperança de volta do Papa a Roma pareceu logo que se realizaria. Este Papa ativíssimo e piedoso mostrou logo possuir os dotes do homem de governo e mão firme no guiar a barca de Pedro, numa época tão difícil na vida interna da Igreja.
O Santo Pontífice olhou para a reconstrução espiritual da Igreja, promovendo a unidade entre os cristãos, que pareceu realizar-se através da união da Igreja grega com a latina em 1369 além das restaurações das coisas materiais.
Infelizmente a pacificação dos animas dos Estados Pontifícios durou pouco, e a 07 de Abril de 1370, Urbano V deixava novamente Roma para tornar a Avignon, não obstante as súplicas e as exortações de tantos, entre eles Santa Brígida, que o alcançou junto ao lago de Bolsena, lhe predisse que em breve morreria, se voltasse para Avignon. Seu pontificado durou oito anos, ao qual se atribuiu reforma eficaz dos costumes e incrementos particular da doutrina cristã e dos estudos em geral.

Morreu a 19 de Dezembro de 1370 em Avignon.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Nossa Senhora do Ó

Festa católica de origem claramente espanhola, a festa de hoje é conhecida na liturgia com o nome de "Expectação do parto de Nossa Senhora", e entre o povo com o título de "Nossa Senhora do Ó". Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos. A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da "bendita entre as mulheres", que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade. Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.
As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó ("Ó Sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação"; "Ó rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais"; "Ó Emanuel..., vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus"), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de "Nossa Senhora do Ó". É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.
A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade agaliense Santo Ildefonso.
Primeiro comemorava-se hoje a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo. Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de "Expectação do parto". Assim ficou sendo na Hispânia e passou a muitas Igrejas da França, etc. Ainda hoje é celebrada na Arquidiocese de Braga.

domingo, 17 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL !

 



São Lázaro de Betânia

Comemoramos no dia 17 São Lázaro de Betânia, na Judéia, irmão de Marta e Maria, uma família que Jesus amava e visitava com freqüência. Em vida, Lázaro foi tocado pelo poder de Jesus que lhe restituiu a vida, fazendo-o sair do túmulo. Não só a estrondosa ressurreição do túmulo, mas também o culto com que a Igreja o honrou no curso dos séculos. O evangelista São João faz referências ao milagre. Quando Jesus chegou, já fazia quatro dias que Lázaro estava no túmulo. Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém. Marta vendo que Jesus estava chegando, correu ao seu encontro dizendo: "Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas ainda agora eu sei: Tudo o que pedires a Deus, ele te dará". Jesus respondeu:

Teu irmão vai ressuscitar". A narração com a insólita abundancia de detalhes, constitui um dos pontos salientes do quarto evangelho, pois a ressurreição de Lázaro assume, além de fato histórico, o valor de símbolo e de profecia, como a prefiguração da ressurreição de Cristo.

Mais tarde São Lázaro tornou-se bispo de Chipre. Foi no século X que o imperador Leão VI transportou suas relíquias de Chipre para Constantinopla.

Oremos: Senhor, quando todas as esperanças haviam se perdido Jesus devolveu a Lázaro, seu amigo, a vida, libertando-o de todas as amarras da morte. Que hoje possamos ouvir no íntimo de nós a palavra que ele filho Jesus: "Lázaro, sai para fora! Desamarrem e deixem que ele ande. (João 11,43.44). Ajudai-nos a crer com firmeza na realidade do céu e do inferno.

sábado, 16 de dezembro de 2023

Feliz Natal !

 



São José Moscati

O nosso Papa João Paulo II apresentou para nossa devoção São José Moscati, que muito bem soube viver a fé, a caridade e a ciência. Nasceu na Itália em 1880 no seio de uma família cristã. Com apenas 17 anos obrigou-se particularmente ao voto de castidade perpétua.
Inclinado aos estudos, José Moscati cursou a faculdade de medicina na Universidade de Nápoles e chegou, com 23 anos, ao doutorado e nesta área pôde ocupar altos cargos, além de representar a Itália nos Congressos Médicos Internacionais. Com competência profissional, Moscati curou com particular eficiência e caridade milhares e milhares de doentes.
Em Nápoles, embora procurado por toda classe de doentes, dava, contudo, preferência aos mais pobres e indigentes. Sem dúvida, foi na prática da caridade para com os pobres que se manifestou toda sua grandeza, ao ponto de receber o título de "Médico e Pai dos pobres", isto num tempo em que a cultura se afastava da fé.
José Moscati viveu corajosamente até 1927 e testemunhou a Verdade, tanto assim que encontramos em seus escritos: "Ama a Verdade, mostra-te como és, sem fingimentos, sem receios, sem respeito humano. Se a Verdade te custa a perseguição, aceita-a; se te custa o tormento, suporta-o. E se, pela Verdade, tivesses que sacrificar-te a ti mesmo e a tua vida, sê forte no sacrifício".

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Santa Cristiana

A vida de Santa Cristiana é um grande testemunho de que nada é coincidência, mas tudo é providência. Os Georgianos consideram-na o instrumento providencial da sua conversão.

Era uma escrava que vivia na Grécia, nos princípios do século IV. Teria sido levada cativa para essa terra por guerreiros vitoriosos? Ou teria lá procurado voluntariamente asilo, fugindo à perseguição que se desencadeara na sua pátria? Ninguém sabia donde ela tinha vindo; só a conheciam pelo nome de Cristiana ou Nina (cristã). Era humilde e caritativa e fazia-se estimar.

Quando alguma criança caía doente nessas regiões, a mãe levava-a de porta em porta, a fim de consultar as vizinhas sobre os melhores remédios a aplicar. Um dia, foi ter com Nina uma pobre mulher, levando nos braços um menino moribundo. Ao vê-lo, Nina disse: "Eu não posso fazer nada, mas Deus Todo-Poderoso pode restituir-lhe a saúde, se for essa a sua vontade". Deitou o moribundo no seu próprio catre, cobriu-o com o seu cilício, orou a Deus em nome de Cristo e, a seguir, restituiu à mãe o filho curado.

A fama deste milagre chegou aos ouvidos da rainha da Geórgia, que estava a morrer de doença desconhecida. Pediu ele que lhe chamassem Nina, mas esta, cuja inocência já tinha corrido muitos perigos, respondeu: "O meu lugar não é em palácio". Foi então a rainha ter com a escrava e recuperou a saúde. Tanto ela como o rei Mirian quiseram recompensá-la com ricos presentes, mas Cristiana recusou-os, dizendo: "A única coisa que me faria feliz seria ver-vos abraçar a religião cristã". Mirian levou muito tempo a tomar essa decisão, mas um dia, correndo grave perigo numa caçada às feras, prometeu que, se escapasse, se faria cristão. Sabe-se efetivamente que, cerca do ano de 325, ele pediu a Constantino que lhe enviasse missionários. O Imperador enviou-lhe o Bispo Pedro e o Sacerdote Jacob, que batizaram "todos os habitantes da sua capital", lançando assim os fundamentos do Cristianismo nesse país.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

São João da Cruz

São João da Cruz nasceu perto de Ávila, em Fontiveros, Espanha, no ano de 1542. Era filho de tecelões. Após ter dado prova da sua imperícia nas várias ocupações às quais a família, muito pobre, tentou encaminhá-lo, ao vinte anos, ingressou na Ordem dos Carmelitas. Estudou artes e teologia em Salamanca, onde foi prefeito dos estudantes. Foi ordenado sacerdote no ano de 1567, época em que se encontrou com Santa Teresa de Ávila (Teresa de Jesus) a reformadora das carmelitas. A Santa fundadora tinha em mente ampliar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem Carmelita, e seu tino delicado fê-la entrever naquele frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o sócio ideal para levar adiante o seu corajoso projeto.
Aos vinte e cinco anos de idade deu prova de coragem e desde esse dia trocou o nome, chamando-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Sêneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.
Mas a volta mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 2577 foi até preso por oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. " Padecer e depois morrer " era o lema do autor da Noite escura da alma, da Subida do monte Carmelo, do Cântico espiritual e da Chama de amor viva.
São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI lhe conferiu o título de doutor da Igreja, dois séculos depois.

Oremos: Deus nosso Pai, a exemplo de São João da Cruz, fazei que cada um de nós progrida na vida espiritual e caminhe para vós, que nos inspire o gosto pelas coisas de Deus e nos ensine a vos amor com todas as nossas forças e de todo coração. Amém.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Santa Luzia

O nome de Santa Luzia deriva do latim e significa: Portadora da luz. Ela é invocada pelos fiéis como a protetora dos olhos, que são a "janela da alma", canal de luz.
Nasceu em Siracusa (Itália) no fim do śeculo III. Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe, chamada Eutícia, a queria casada com um jovem de distinta família, porém pagão.
Ao pedir um tempo para o discernimento e tendo a mãe gravemente enferma, Santa Luzia inspiradamente propôs a sua mãe que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda, em Catânia, e que a cura da grave doença seria a confirmação do não para o casamento. Milagrosamente, foi o que ocorreu logo com a chegada das romeiras e, assim, Santa Luzia voltou para Siracusa com a certeza da vontade de Deus quanto a virgindade e quanto aos sofrimentos que passaria, como Santa Águeda.
Santa Luzia vendeu tudo, deu aos pobres, e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Não querendo oferecer sacrifício aos falsos deuses e nem quebrar o seu santo voto, Santa Luzia teve que enfrentar as autoridades perseguidoras. Quis o prefeito da cidade, Pascásio, levar à desonra a virgem cristã, mas não houve força humana que a pudesse arrastar. Firme como um monte de granito, várias juntas de bois não foram capazes de a levar (Santa Luzia é muitas vezes representada com os sobreditos bois). As chamas do fogo também se mostravam impotentes, até que por fim a espada acabou com vida tão preciosa. A decapitação de Santa Luzia se deu no ano de 303.
Conta-se que antes de sua morte teriam arrancado os seus olhos, fato ou não, Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus - Luz do Mundo - até as últimas consequências, pois assim testemunhou diante dos acusadores: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade".

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Nossa Senhora de Guadalupe

Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é também emocionante. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um Bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano.
Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim foi o escolhido para ser o portador de Sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu à ele várias vezes.
A primeira vez quando o índio passava pela Colina de Tepyac, próximo à Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao Bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Emocionado o índio procurou o Bispo João de Zumárraga e contou-lhe o ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não iniciar a construção.
Passado uns dias Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o Bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o Bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora.
Deu-se então o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da Colina onde anteriormente as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a extrema unção a um tio seu, que agonizava. De repente Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. O tranqüilizou quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao Bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de que, o país atravessava um rigoroso inverno. Mas obedeceu e novamente surpreso encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao Bispo, como prova de sua presença.
E assim fez o fiel índio. Ao abrir na frente do Bispo o manto cheio de rosas, ele viu se formar impressa uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o Bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome.
A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos.
O local se tornou um enorme Santuário abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa Colina e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele está guardado o manto de Santo João Diego, em perfeito estado apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama carinhosamente de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição.
Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo Papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o Papa João Paulo II visitou esse Santuário e consagrou solenemente toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Santo Dâmaso I

São Dâmaso nasceu pelo ano de 305, era de origem espanhola. Era irmão de Santa Irene. Após ter sido diácono na Igreja de Roma com o Papa Libério, onde participou ativamente nos esforços doutrinais para a volta à ortodoxia, foi o sucessor do Papa Libério, cargo que ocupou do ano 366 a 384. A sua firme atitude, que sacudiu o entusiasmo e a aprovação de toda a cristandade quando, não se importando com as ameaças e protecionismos imperiais, depôs todos os bispos vinculados com o arianismo, trouxe à Igreja a unidade, estabelecendo o princípio que a comunhão com o bispo de Roma é o sinal de reconhecimento de católicos e de bispo legítimo. Sua eleição foi marcada por lutas violentas entre as diversas facções, deixando num só dia o saldo de 137 mortos., Papa Dâmaso demonstrou com as obras que a escolha fora certa. Durante seu pontificado houve explosão de ritos, de orações, de peregrinações, com novas instituições litúrgicas e catequéticas para os estudos de revisão do texto da Bíblia e a nova versão em latim (Chamada Vulgata) feita por São Jerônimo, que São Dâmaso chamou para seu secretário.
Naqueles anos a Igreja atingira nova dimensão sócio-religiosa, tornando-se uma componente da vida pública. Podemos lembrar a obra de Santo Ambrósio em Milão. Os bispos podiam escrever, catequizar, advertir e condenar. Em 380, por ocasião do sínodo de Roma, o papa Dâmaso expressou sua gratidão aos chefes do império por terem deixado à Igreja a liberdade de administrar-se por conta própria. Com a liberdade conquistada, antigos lugares de oração, como as catacumbas, teriam ficado em ruína. Ele não só exaltou em seus famosos Títulos (epigramas feitos nas pedras pelo calígrafo Dionísio Filocalo), mas também os honrou dedicando-se pessoalmente à identificação de seus túmulos e à consolidação das criptas que guardavam suas relíquias. Na cripta dos papas, nas catacumbas de São Calisto, ao término da longa epígrafe, acrescentou:"Aqui, eu, Dâmaso, gostaria que fossem sepultados ois meus espólios, mas temo pertubar as piedosas cinzas dos mártires."
São Jerônimo atesta que o papa Dâmaso morreu com quase oitenta anos. Foi sepultado no túmulo que ele mesmo tinha preparado, humildemente longe das cinzas dos mártires, ao longo da via Ardeatina. Seus restos mortais foram reexumados e levados à Igreja de São Lourenço em Dâmaso.

domingo, 10 de dezembro de 2023

São Melquíades

Hoje nos deixamos atingir pela santidade de vida de um Papa que buscou no Pastor Eterno e Universal toda a graça que necessitava para ser fiel num tempo de transição da Igreja. São Melquíades, de origem africana, fez parte do Clero Romano, até que em 310 faleceu o Papa Eusébio e foi eleito sucessor de São Pedro.
No período de seu governo, Melquíades sofreu com a perseguição aos cristãos pelo Imperador Máximo. Esta perseguição só teve um descanso quando Constantino venceu Máximo na histórica batalha em Roma (312) a qual atribuiu ao Deus dos cristãos. Com isto, surgiu o Edito de Milão em 313, concedendo a liberdade religiosa; assim, São Melquíades passou do Papa da perseguição para o Papa da liberdade dos cristãos.
Durante os quatro anos de seu Pontificado, as piores ameaças nasceram no interior da Igreja com os hereges. São Melquíades foi grande defensor da Fé, por isso combateu principalmente o Donatismo, que contestava a legitimação da eleição dos ministros de Deus e fanaticamente se substituía a qualquer autoridade.
Aproveitou Melquíades, a liberdade religiosa para organizar as sedes paroquiais em Roma e recuperar os bens da Igrejas perdidos durante a perseguição. São Melquíades através da Eucaristia semeou a unidade da Igreja de Roma com as demais igrejas. Entrou no céu em 314 e foi enterrado na Via Ápia, no cemitério de Calisto. Do Doutor Santo Agostinho, São Melquíades recebeu o seguinte reconhecimento: "Verdadeiro filho da paz, verdadeiro pai dos cristãos".

sábado, 9 de dezembro de 2023

Santa Joana Francisca de Chantal

Santa Joana nasceu em Dijon a 28 de Janeiro de 1572. Filga de Benigno Frémiot, presidente do parlamento de Borgonha e de Margarida de Berbizy. No batismo recebeu o nome de Joana, ao qual acrescentou o de Francisca, por ocasião de sua confirmação. Teve esmerada educação. Recusando a casar-se com um fidalgo rico, por ser ele calvinista, mas aceitou casar-se com o barão de Chantal. Conduzida ao castelo de Bourbilly, após o casamento, a primeira ordem que deu foi a de diariamente haver missa, e de a ela assistirem todos os domésticos; por isso ocupou-se da instrução religiosa deles; ocupou-os com discrição, e os ajudou em suas necessidades com grande caridade. Nas festas e nos domingos participava da missa na paróquia. Quando o marido se ausentava não saia de casa, nem havia diversões no castelo. FIcou viúva, aos 28 anos, com um filho e três filhas.
Santa Joana Francisca, sofreu muito após a morte do marido, mas coube fazê-lo cristãmente. Fez voto de castidade e levou vida de profundíssima caridade, vivendo retirada do mundo e dividindo o tempo entre a oração, o trabalho e a educação dos filhos. Estava na casa de seu pai, quando conheceu São Francisco de Sales, bispo de Genebra. Descobriu nele o homem talhado para seu diretor espiritual. A partir daí uma profunda amizade une a ambos. O fruto espiritual dessa amizade será a Congregação da Visitação de Santa Maria, que a baronesa de Chantal fundará juntamente com Jacqueline Fabre e a senhorita Brechard. Com os filhos crescidos e amadurecidos. Casou sua filha mais velha com o barão de Thorens, a outra faleceu pouco depois, e a terceira desposou o conde de Toulonjon. O jovem barão de Chantal com 15 anos foi entregue ao avô materno, que cuidaria de sua educação e de seus bens. A presença da mãe não lhes era mais necessária. Podia sossegada entrar no convento. Brilha nela todo o vigor cristão do amor de Deus acima de tudo e do amor ao próximo por amor a Deus.
A ordem da Visitação começou em Annecy, sob a orientação do bispo de Genebra, e foi se desenvolvendo. Madre Chantal foi obrigada a deixar muitas vezes Annecy para fundar casas em diversas outras cidades, não sem muitas dificuldades e sofrimentos, e até perseguições em Paris.
Santa Joana Francisca de Chantal, morreu em Moulins, no dia 13 de dezembro, depois de rude agonia, pronunciando o nome de Jesus.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Imaculada Conceição de Maria

O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro nós e que não renunciamos nunca.
A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma foi definido em 1854 pelo Papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII.
A festa não existia oficialmente no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia, chamado Beato João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de São Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria, como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade.
Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570 foi confirmada e formalizada pelo Papa Pio V, na publicação do novo ofício e, finalmente, no século XVIII, o Papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade.
Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se explicitamente com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição".
Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus misericordioso. Foi Deus que concedeu à Ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina permanecesse incontaminada.
Maria então foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos.
Hoje não comemoramos a memória de um Santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a Rainha de todos os Santos, a Mãe de Deus.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Santo Ambrósio

Santo Ambrósio nasceu em Tréveros pelo ano 340, sua mãe era profundamente cristã, alma da educação do lar, Ambrósio é o escolhido do Espírito. Era ainda catecúmeno, quando por aclamação popular subiu à sede episcopal de Milão. respeito da religião cristã estava ainda por aprender quase tudo, e se dedicou sobretudo ao estudo da Sagrada Escritura com tanto empenho que logo a dominou. Sua honestidade e integridade o conduzem a aprender o oficio de bispo. A alma de seu apostolado a Escritura Sagrada, lida à luz dos Padres Gregos, principalmente de Orígenes, seu grandíssimo mentor. "Mitiga a tua sede no Antigo e no Novo Testamento; num e noutro estarás bebendo o Cristo".
A atividade diária de Ambrósio era dirigida antes de tudo à orientação da própria comunidade, e cumpria as suas tarefas pastorais dirigindo ao seu povo mais de uma homilia por semana. Santo Agostinho, que foi seu assíduo ouvinte, refere-nos em suas Confissões quão grande foi o prestígio da eloqüência do bispo e Milão e quão eficaz o tom de voz deste apóstolo da amizade. Ele se caracteriza pelo seu pastoreio, máxime no seu zelo pelos pobres. A maioria de seus escritos nasce de sua alma de catequista. A catequese da iniciação cristã, da liturgia e dos sacramentos ocupa um papel preponderante em sua vida.
Jurista preciso e moralista severo, Ambrósio não se esquece do lado social político da fé, a usa com audácia os malefícios do dinheiro e os excessos da propriedade. Afirma com coragem, se dirigindo aos ricos: "Não são teus os bens que distribuis ao pobre, são apenas os deles que lhes destinas. Pois o que fazes é usurpar só para teu uso o que é dado a todos e não aos ricos, porém, os que não usam propriedade são menos numerosos o que aqueles que a usam. Assim, de fato, o que fazes é pagar as tuas dívidas, e não, de forma alguma, distribuir larguezas gratuitamente" (Nobot 55).
Entre seus escritos que não têm relação direta com a sua pregação, recordamos o Deveres dos Ministros, porque enfatizando o conhecido texto ciceroniano e acolhendo todos os elementos, demonstra que o cristianismo pode assimilar sem perigo de alterar o significado da Boa Nova os valores morais naturais que o mundo pagão, o romano em particular, soube expressar.
Santo Ambrósio morreu em Milão no dia 04 de abril de 397. O Evangelho realizou milagres na vida deste Santo, transformando-o, de aristocrata romano, em pai dos pobres e servidor da Igreja. A fé o humanizou e a graça fez dele um pastor dos pequeninos.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

São Nicolau

O santo deste dia é São Nicolau, muito amado pelos cristãos e alvo de inúmeras lendas. Filho de pais ricos com profunda vida de oração, nasceu Nicolau no ano 275 em Pátara, na Ásia Menor. Tornou-se sacerdote da diocese de Mira, onde com amor evangelizou os pagãos, mesmo no clima de perseguição que os cristãos viviam.
São Nicolau é conhecido principalmente para com os pobres, já que ao receber por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os necessitados. Certa vez, Nicolau sabendo que três pobres moças não tinham os dotes para o casamento e por isso o próprio pai, na loucura, aconselhou a prostituição, jogou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens. Daí que nos países do Norte da Europa, usando da fantasia, viram em Nicolau o velho de barbas brancas que levava presentes às crianças no mês de dezembro.
Sagrado Bispo de Mira, Nicolau conquistou a todos com sua caridade, zelo, espírito de oração, e carisma de milagres. Historiadores relatam que ao ser preso, por causa da perseguição dos cristãos, Nicolau foi torturado e condenado a morte, mas felizmente se salvou em 313, pois foi publicado o edito de Milão que concedia a liberdade religiosa.
São Nicolau participou do Concilio de Nicéia, onde Jesus foi declarado consubstancial ao Pai. Entrou Nicolau no Céu em 324 ao morrer em Mira com fama de santidade e de instrumento de Deus para que muitos milagres chegasse ao povo.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

São Martinho de Dume

Oriundo da Panônia, atual Hungria, dirigiu-se ainda jovem para ao Oriente, onde professou vida regular: estudou o grego e outras ciências eclesiásticas em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, pelo eminente Doutor Santo Isidoro, como ilustre na fé e na ciência. Também Gregório de Tours o considerou entre os homens insuperáveis do seu tempo. Regressando do Oriente, dirigiu-se depois a Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens por então mais insignes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homônimo e compatriota, S. Martinho de Tours, que desde então ficará considerando como seu patrono e modelo. Foi também por essa altura que Martinho se encontrou com o rei dos Suevos, Charrarico, ao qual acompanhou para o noroeste da Península Ibérica, em 550, onde, com restos do gentilismo e bastante ignorância religiosa, se espalhara o Arianismo.
Para acorrer a tantos males, não tardou Martinho em planejar e colocar em andamento seu vigoroso apostolado. Num mosteiro, edificado pelo mesmo rei, em Dume, ao lado de Braga, assenta o grande apóstolo dos suevos suas instalações como escola de monaquismo e base de irradiação catequética e missionária. A igreja do mosteiro é dedicada a S. Martinho de Tours, e foi sagrada em 558. O seu abade foi elevado ao episcopado pelo Bispo de Braga já em 556, em atenção ao seu exímio saber e extraordinário zelo e santidade. Com a subida ao trono do rei Teodomiro (em 559), consumava-se o regresso dos Suevos ao Catolicismo, deixando o Arianismo. Ilustre por tão preclaras prerrogativas, passa Martinho para a Sé de Braga, em 569, quando o Catolicismo nesta região gozava já de alto esplendor, o que tornou possível o 1° Concílio de Braga, em 561, no pontificado de João III. Em 572, foi Martinho a alma do 2° Concílio de Braga. Nesta altura escreveu ele: "Com a ajuda da graça de Deus, nenhuma dúvida há sobre a unidade e
retidão da fé nesta província".
S. Martinho de Dume não esqueceu da importância e eficácia do apostolado da pena. Deixou assim várias obras sobre as virtudes monásticas, bem como matérias teológicas e canônicas, pelas quais foi depois reputado e celebrado como Doutor. Faleceu a 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dume; mas desde 1606 estão depositadas as suas relíquias na Sé de Braga. Compusera para si, em latim, o seguinte epitáfio sepulcral, em que mostra a veneração que dedicava ao santo Bispo de Tours: "Nascido na Panônia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado Bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da Missa.
Tendo-te seguido, ó Patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo".

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Santa Bárbara

Bárbara era uma jovem meiga, inteligente e muito bela. Seu pai Dioscuro era alto funcionário do Imperador, sua mãe chamava-se Irnéria. Ela foi batizada por um discípulo de Orígenes, que morava em Alexandria Egito), o qual, a pedido de Bárbara, viera até sua casa. A partir desse dia, a jovem se comprometeu a servir só ao verdadeiro Deus, nem que isso lhe custasse a vida, pois para ela sua vida pertencia a Jesus por quem sentia o amor maior. O Bispo Zenão soube que Bárbara tinha sido batizada, e deu graças a Deus. A jovem era proibida de sair de casa, sabia dos acontecimentos pelas amigas cristãs: Juliana e Mônica. Dioscuro era muito ciumento e temendo que a beleza de Bárbara atraísse pretendentes que não lhe interessavam, mandou construir uma torre onde deixaria Bárbara trancada quando ele estivesse viajando. Conta a tradição que a torre, projetada por seu pai tinha duas janelas, ao ter conhecimento do fato, pediu ao construtor para que aumentasse para três janela. Assim, ela pensava honrar a Santíssima Trindade o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Quando Dioscuro soube que sua filha tornera-se cristã, ele pela primeira vez agrediu Bárbara dando-lhe uma violenta bofetada. Mas a jovem tentou explicar-lhe: "Nós cristãos, acreditamos que somos todos irmãos; não aceitamos Império baseado na violência e na injustiça". Ao ouvir essas palavras, Dioscuro enraiveceu-se ainda mais e ordenou que fechassem sua filha na nova torre. Ela devia ficar lá sem se comunicar com ninguém. Neste período sua amiga Mônica foi presa, também o Bispo Zenão dera seu testemunho de fé, sendo martirizado. Alguns dias depois, foram dizer a Dioscuro que sua filha havia favorecido a fuga da amiga Mônica, com o que ficou furioso e resolveu ir até a torre e forçar Bárbara a prestar homenagem ao deus Júpiter. Como Bárbara recusou-se, ficou muito furioso e decidiu matá-la com suas próprias mãos. Mas a parede onde não havia nenhuma porta abriu-se... e a jovem passou por ela, saindo ilesa. Em seguida a porta voltou a se fechar. Dioscuro, vendo-se vencido, ordenou aos soldados que procurassem sua filha por todos os lugares da cidade. Enquanto isso, Bárbara aproveitou para visitar os doentes, as comunidades
cristãs nos montes, e ajudava os filhos dos escravos.
Finalmente, o centurião Aleixo e os soldados encontraram Bárbara numa gruta, onde fora levar alimento para alguns doentes. Ela não reagiu a ordem de prisão. Seu pai denunciou-a por ser cristã e levou-a diante dos juízes que a condenaram. Irnéria ao saber do acontecido com a filha, procurou apelar em seu favor junto ao marido, mas Dioscuro
não quis voltar atrás... Na prisão, Bárbara foi chicoteada, mas nem o chicote nem a tortura conseguiram diminuir a fé e o amor que Bárbara prometera a Jesus no dias do Batismo e mesmo ferida no corpo, procurava aumentar a força interior através da oração e num certo momento de oração, uma luz descia do alto, iluminando as trevas da prisão. E a voz disse: Bárbara, você esta sofrendo por mim. Vou confundir seus perseguidores, curando suas feridas".A visão desapareceu, e a jovem percebeu que as feridas de seu corpo haviam desaparecido completamente. Os juízes não se conformaram com aquela cura e tentaram torturá-la pelo fogo. Sua amiga Juliana também fora presa e condenada ao mesmo suplício. Os soldados atearam fogo...Mas Deus interveio novamente; duas mãos que um dia a maldade humana feriu com pregos - numa sexta-feira santa apagaram aquele fogo que o ódio de um pai mandara acender. As duas jovens foram libertadas por Jesus e viram-se libertadas. Mas Dioscuro não se deu por vencido e ordenou aos soldados que levassem Bárbara pelas ruas da cidade e a conduziram debaixo de chicotadas e novamente a presença Divina lhe curou as chagas.
Dioscuro, pediu a justiça a condenação de sua filha: "Seja morta à espada, como convém aos membros da nobreza". E, ao mesmo tempo, pediu permissão para ele mesmo executar a sentença. Incrível decisão! Bárbara e sua amiga Juliana caminharam juntas para o local do martírio. Muitas pessoas seguiram as duas jovem. A espada de Dioscuro levantou-se no ar e atingiu o pescoço de Bárbara que serenamente, entregava a Deus a sua vida, enquanto Juliana curvava a cabeça diante do carrasco. Logo após sua morte, um raio fulminou seu assassino. É por isso que Santa Bárbara é invocada, nas tempestades, contra o raio. Seu culto espalhou-se rapidamente pelo Oriente e pelo Ocidente, inclusive no Brasil.
Após a invenção da pólvora de tiro, é Patrona de todos os que manejam esse perigoso elemento.
Santa Bárbara e os outros santos são nossos intercessores junto a Deus. Que eles nos ajudem a sermos cristãos autênticos, capazes de assumir o compromisso de seguir a Cristo, servindo aos nossos irmãos mais necessitados.
Amém.