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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Santa Teresa de Ávila

Com grande alegria lembramos, hoje, da vida de santidade daquela que mereceu ser proclamada "Doutora da Igreja": Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus). Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico. Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo. Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.
Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: "Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer". No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

São Calisto I

Os Papas da Igreja são por excelência os Príncipes do Cristianismo, e hoje lembramos um dos Príncipes da Fé que mais se destacou entre os primeiros Papas: São Calisto I.
Filho de uma humilde família romana, nasceu em 160. Administrador dos negócios de um comerciante, Calisto passou por grandes dificuldades, pois algo saiu de errado no trabalho, chegando a ser flagelado e deportado para a ilha da Sardenha, onde como condenação enfrentou trabalhos forçados nas minas, juntamente com cristãos condenados por motivos de fé.
Sem dúvida, com a convivência com os cristãos que enfrentavam o martírio, pois o Cristianismo era considerado religião ilegal, Calisto decidiu seguir a Jesus. Mais tarde muitos cristãos foram resgatados do exílio e a comunidade cristã o libertou.
O Santo de hoje colaborou com o Papa Vítor e depois como diácono ajudou o Papa Zeferino em Roma, pois assumiu, com muita sabedoria, a administração das catacumbas, na Via Ápia, que eram aqueles cemitérios cristãos, que se encontravam no subsolo por motivos de segurança, e também serviam para celebrações litúrgicas, além de guardar para a ressurreição os corpos dos mártires e dos primeiros Papas.
Com a morte do Papa Zeferino, o Clero e o povo elegeram Calisto como o sucessor deste, apesar de sua origem escrava. Foi perseguido, caluniado e morreu mártir, quando acabou condenado ao exílio. Segundo a tradição mais segura, morreu numa revolta popular contra os cristãos e foi lançado a um poço.
Durante os seis anos de pastoreio zeloso e santo, São Calisto I condenou a doutrina que se posicionava contra a Santíssima Trindade. Até o seu martírio defendeu a Misericórdia de Deus, que se expressa pela Igreja, que perdoa os pecados dos que cumprem as condições de penitência, assim, combatia Calisto os rigoristas que condenavam os apóstatas adúlteros e homicidas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Santo Eduardo

Na História da Humanidade, a palavra rei quase sempre está associada à palavra tirano. Mas, na História do Catolicismo, rei muitas vezes vem junto da palavra Santo. É o caso exemplar de Eduardo, rei da Inglaterra. Seu avô era o Santo rei e mártir Edgar, e este exemplo de santidade norteou também a sua vida no seguimento de Cristo.
Eduardo nasceu em Oxford, no ano 1003, num período em que a Inglaterra sofreu a invasão dos pagãos dinamarqueses. Seus pais, junto com toda a família real tiveram de abandonar o país, indo se refugiar na corte da Normandia, norte da França, de parentes cristãos. No exílio, Eduardo freqüentou e estudou nas mais renomadas cortes da Europa, adquirindo uma educação primorosa e fundamentada no cristianismo. Recusou várias vezes tomar o trono à força, pois não queria derramamento de sangue. Em 1042, com a morte de seu meio-irmão, que governava a Inglaterra, ele finalmente assumiu o trono.
Seu reinado foi um dos mais felizes para o povo inglês. Mesmo sentindo-se um pouco "estrangeiro", fez a pátria retomar seu caminho correto dos princípios cristãos, afastando a influência nefasta dos anos de domínio pagão e trazendo paz e prosperidade para seus súditos. Logo passou a se chamado "o santo homem" e os escritos registram vários prodígios de cura operados por sua intercessão em favor de pessoas simples do reino. Curou um doente de câncer com um sinal da cruz. E, um paralítico que se movia penosamente na rua, ele ajudou a chegar a uma igreja, onde através de orações o curou, além de outros narrados pelos historiadores.
A política do Estado exigia que ele se casasse e, pelo bem do reino, Eduardo o fez. Casou-se com Edith, filha do conde Godwin, um dos seus adversários políticos. Gentil e elegante, por se tratar de um acordo, prometeu viver com ela em estado de castidade, sem união corporal. Manteve sua palavra. O casal não teve filhos. Ela se tornou uma grande rainha e irmã, participando das obras de caridade, ajudando a restaurar e fundar igrejas e conventos por todo o país. Valorizando o lado espiritual da vida e viviam em perfeita ordem e harmonia.Tornaram-se exemplo de reis cristãos, piedosos e caridosos, amados e aclamados como "pais" pelos súditos e respeitados por todas as cortes.
Após quase sessenta e quatro anos de vida de penitência, oração, mortificação dos sentidos e luxos, no reto seguimento de Cristo, o rei Eduardo morreu no dia 05 de janeiro de 1066. Pouco tempo depois de ter assistido a consagração da igreja da abadia de Westminster, totalmente restaurada, o mais antigo símbolo da aspiração e das lutas religiosas da Inglaterra, onde foi sepultado.
Venerado em vida, imediatamente o povo passou a celebra-lo como Santo. Quase quarenta anos após a sua morte, o seu corpo foi exumado e encontrado intacto, o que para o povo não causou nenhuma surpresa. Em 1161, o Papa Alexandre III canonizou como Santo Eduardo. A sua festa litúrgica é celebrada no dia 13 de outubro, mas os devotos ingleses costumam lembra-lo também no dia de sua morte.

domingo, 12 de outubro de 2025

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Com muita alegria nós, brasileiros, lembramos e celebramos solenemente o dia da Protetora da Igreja e das famílias brasileiras: Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto (MG).
Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu, onde lançaram as redes e apanharam uma imagem sem a cabeça, logo após, lançaram as redes outra vez e apanharam a cabeça, em seguida lançaram novamente as redes e desta vez abundantes peixes encheram a rede. A imagem ficou com Filipe, durante anos, até que presenteou seu filho, o qual usando de amor à Virgem fez um oratório simples, onde passou a se reunir com os familiares e vizinhos, para receber todos os sábados as graças do Senhor por Maria.
A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).
No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas. O Papa Pio X em 1904 deu ordem para coroar a imagem de modo solene. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Grande acontecimento, e até central para a nossa devoção à Virgem, foi quando em 1929 o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, com estes objetivos: o bem espiritual do povo e o aumento cada vez maior de devotos à Imaculada Mãe de Deus. Em 1967, completando-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário de Aparecida a Rosa de Ouro, reconhecendo a importância do Santuário e estimulando o culto à Mãe de Deus.
Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de uma outra igreja, a atual Basílica Nova.
Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, sendo o "maior Santuário Mariano do mundo".

sábado, 11 de outubro de 2025

Santo Alexandre Sauli


Santo Alexandre Sauli nasceu em Milão no ano de 1530. Desde a infância foi cumulado com as mais abundantes bênçãos do céu. Consagrou-se sem reserva ao serviço de Deus na Congregação dos Barnabitas. Entregou-se com zelo ao ministério da Palavra e da Reconciliação, mortificando o corpo com a fadiga dos trabalhos e vigílias; e nem o cargo de professor de Filosofia e Teologia na Universidade de Pavia, fez Alexandre abandonar o ministério da Palavra e do Confessionário. Comunidades inteiras se colocaram sob a sua direção espiritual para aprender de tão abalizado mestre os meios para chegar à perfeição.
Ainda não tinha 32 anos quando foi eleito Superior Geral da Ordem. A capacidade com que desempenhou este cargo deu novo esplendor ao Instituto. Foi nomeado Bispo da Igreja de Aléria, na Ilha de Córsega, em 1570 pelo Papa Pio V.
O novo Bispo, apenas sagrado por São Carlos Borromeo, partiu com três padres da sua Ordem para o rebanho que o Senhor lhe confiara. Chegando em Aléria, encontrou nesta diocese inúmeras dificuldades: por toda a parte teve de cortar abusos, abolir costumes escandalosos, fundar igrejas e levantar as que estavam em ruínas, e prover à decência do culto. Necessitou de estabelecer colégios e fundar seminários onde se pudesse formar a juventude. Seus constantes trabalhos não lhe impediam os jejuns contínuos e a rigorosa abstinência. Apesar de seus poucos rendimentos, o santo Bispo não deixava de dar esmolas abundantes.
A veneração em que era tido o santo apóstolo de Córsega, levou as cidades de Trotona e de Gênova a pedi-lo para seu pastor, mas ele de modo nenhum queria deixar a sua primeira diocese, à qual tinha profunda afeição. No entanto, em 1591, teve de obedecer às ordens do Papa Gregório XIV, que o nomeou Bispo de Pavia. Uma vez ali, Santo Alexandre empreendeu logo a visita da sua nova diocese.
Contudo, Santo Alexandre adoeceu gravemente vindo a falecer a 11 de outubro de 1592. Atestaram a sua santidade diferentes milagres. Foi beatificado em 1741 pelo Papa Bento XIV e canonizado em 1904 por São Pio X.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

São Daniel Comboni

São Daniel Comboni nasceu em Limone (Itália), em 1831. Único sobrevivente de oito irmãos. Aos dez anos ingressou num internato de Verona. Quando tinha dezessete anos, ouvindo contar as vicissitudes dos missionários na África, decidiu dedicar sua vida à evangelização dos africanos.
Em 1854 é ordenado sacerdote, quando contava 23 anos de idade. Depois de uma cuidadosa preparação, estudando árabe, medicina, música etc., partiu para África em 1857.
Estando lá, impressionou-se com a terrível situação dos escravos. A prática do tráfico de escravos estava de tal maneira arraigada que, no Egito e no Sudão, o único local onde os escravos encontravam asilo eram as missões de Daniel Comboni.
Após dois anos, teve de regressar à Itália. Mas Comboni não desanima e idealiza um projeto que ele chamou "Plano para a regeneração da África". A idéia central do projeto era salvar a África por meio dos próprios africanos. Propunha-se fundar escolas, hospitais, universidades, ao longo de toda a costa africana. Nestes centros formariam-se os futuros cristãos, professores, enfermeiros, sacerdotes e religiosas, que depois penetrariam no interior, a fim de evangelizar as populações africanas e promover o seu desenvolvimento.
Fundou em 1867 o Instituto para as Missões na África que deu lugar ao que hoje são os Missionários Combonianos.
Em 1877 é ordenado Bispo da África Central e logo a seguir ordena sacerdote um antigo escravo, primeiro padre africano daqueles lugares, quando na Europa alguns ainda negavam ao africano a evidência de ser pessoa.
Grande missionário, Comboni era capaz de atravessar o deserto para fundar um centro missionário no sul do Sudão, como também empenhava-se em falar para associações missionárias, Bispos, em Paris, Colônia (Alemanha) etc, com o objetivo de arrecadar auxílio econômico e de pessoal, organizando grupos e equipes de missionários para a Missão na África Central.
Morreu aos 50 anos, a 10 de outubro de 1881, no meio desta gente que tanto amou. No momento da morte abençoa os seus companheiros dizendo: "Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá".
Beatificado por João Paulo II a 17 de março de 1996, São Daniel Comboni foi canonizado pelo mesmo Sumo Pontífice em 5 de outubro de 2003.

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

São João Leonardo


 São João Leonardo nasceu em Lucca, na Toscana (Itália), em 1541. Seguiu a profissão de seu pai (farmacêutico), até que respondeu sim ao sacerdócio. Tocado pelo abandono das crianças, sem escola e sem educação religiosa, São João Leonardo fundou a "Companhia da Doutrina Cristã", visando a catequese das crianças, assim como instituiu a "Congregação dos Clérigos Regulares da Mãe de Deus", com o carisma correspondente a educação popular e promoção da vida sacramental.
Depois de voltar da piedosa romaria que fez para o Santuário de Nossa Senhora de Loreto, São João Leonardo passou em Roma, onde fundou a "Propaganda da Fé", como local de formação do Clero em terras de missão e assistência às vítimas da peste. Amigo de vários outros santos, como São Felipe Néri, São José Calazans e São Camilo de Léllis, testemunhou que grandes renovações na Igreja e fora, partem de grandes corações apaixonados por Jesus e pela humanidade.
São João Leonardo partiu para a glória no ano de 1609, ao consumir-se na assistência à Jesus Cristo na pessoa de inúmeros doentes.

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

São Luis Beltran

Luis Beltran nasceu em Valência (Espanha) em 1526, e foi o tipo de jovem aventureiro, aberto aos desafios. Obediente a voz do Senhor, venceu a oposição do pai e ingressou na Ordem Dominicana para ser sacerdote.
Com passos largos em direção à santidade (tinha apenas 23 anos quando recebeu a ordenação sacerdotal), assumiu a importante função de mestre dos noviços, até que decidiu aventurar-se na evangelização do novo mundo. Na Colômbia, Luis Beltran muito se ocupou com a salvação das almas, sem descuidar de profetizar e denunciar as injustiças cometidas contra os indígenas e posteriormente contra os negros escravos.
O preço da conversão de milhares de indígenas espalhados por toda Colômbia foi o sofrimento promovido por exploradores espanhóis. Por duas vezes procuraram envenená-lo e em outras quatro ocasiões o assaltaram ameaçando-o de morte. São Luis não se deixou amedrontar e só voltou para a Espanha pela obediência aos superiores e com a intenção de melhor recrutar e formar apóstolos para a evangelização da América.
Este bondoso amigo de todos assumiu cargos de direção na Ordem Dominicana, exerceu com grande eficácia o ministério da pregação, chegando a operar inúmeras conversões e alcançar milagres. No ano de 1569 São Luis, já na Espanha como formador de futuros missionários, pôde partilhar com palavras o que viveu nas inúmeras missões. Ensinava que a arma mais eficaz na conversão das almas é uma intensa vida de oração e de muito sacrifício, e que a pregação necessita de ser acompanhada pelas boas obras, caso contrário, o mau exemplo destruiria de maneira fatal a proclamação da Boa Nova.
São Luis Beltran faleceu em Valência no ano de 1581, com 56 anos de idade. A tal ponto enriqueceu o povo e a Igreja com sua vivência missionária que o próprio pai, antes de morrer, declarou-lhe: "Meu filho, uma das coisas que mais me afligiu na vida foi ver-te frade, mas hoje, o que me consola é saber-te frade!"

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Nossa Senhora do Rosário

Diz uma lenda que Nossa Senhora apareceu a São Domingos de Gusmão, fundador da ordem dominicana, e lhe ensinou a rezar o Rosário. Ele seria uma arma da fé para lutar contra os inimigos do cristianismo, em todos os tempos, mas especialmente naquele momento contra a heresia albigesa, do extinto povo cátaro. Assim ele aprendeu, rezou e venceu. Foi aí que nasceu a prática da oração do Rosário, como devoção a Maria, por sua participação nos mistérios da vinda do Filho de Deus.
Mas o objeto da recitação, o terço, que a partir do Papa João Paulo II, passou para quatro, já era conhecido nos tempos mais antigos da História da Igreja Católica. Religiosos de séculos atrás usavam pedrinhas para contar as orações. Foi então que São Beda sugeriu a adoção de vários grãos enfiados num barbante, facilitando o manuseio, transporte, sem perder a concentração.
O Rosário tem o significado de uma guirlanda de rosas oferecida a Nossa Senhora. Na Idade Média, os vassalos homenageavam seus senhores com coroas de flores e o profundo amor que dedicavam a Maria os fez homenageá-la com a mesma distinção, com uma coroa de rosas de oração.
Foram os frades dominicanos que tiveram o mérito de disseminar a devoção ao Rosário, que passou a ser a forma de oração mais popular entre as famílias religiosas, à noite, em casa. Ele é formado pelas duas orações básicas do catolicismo: o "Pai Nosso", ensinado pelo próprio Jesus Cristo, e a "Ave Maria", nascida da Anunciação feita pelo Anjo Gabriel a Virgem Maria e das palavras de sua prima Santa Isabel.
Enquanto se reza, ele nos leva à meditar sobre os mistérios da vinda do Filho de Deus entre nós, isto é: anunciação, nascimento, vida, paixão e morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ao todo são quinze momentos especiais da vida de Maria e de Jesus, contemplados pelo devoto ao rezar o Rosário, em conjunto ou individualmente.
A festa exclusiva do Rosário foi instituída pelo Papa Pio V, para lembrar a vitória alcançada na batalha do rio Lepanto, no dia 07 de outubro de 1571, contra a frota dos tucos muçulmanos. Momento delicado por que passou a Igreja, apenas vencido graças a intercessão de Nossa Senhora. A celebração era feita por toda a Igreja, mas não numa mesma data, estabelecida definitivamente no dia 07 de outubro pelo Papa Pio X, em 1913.
Além disto, com a reforma do calendário litúrgico de 1960 a "Festa do Santíssimo Rosário" como era chamada, passou a ser o dia da comemoração de "Nossa Senhora do Rosário" e, o mês de outubro dedicado ao Rosário e a todas as missões apostólicas.

Oração à Nossa Senhora do Rosário - (7 de outubro)


Nossa Senhora do Rosário dai a todos os cristãos, a graça de compreender a grandiosidade da devoção do Santo Rosário, na qual, à recitação da Ave Maria se junta a profunda meditação dos Santos mistérios da vida, morte e ressurreição de Jesus, vosso Filho e nosso Redentor.

São Domingos, apóstolo do rosário, acompanhai-nos com a vossa bênção, na recitação do terço, para que por meio desta devoção à Maria, cheguemos mais depressa a Jesus, e como na batalha de Lepanto, Nossa Senhora do Rosário nos leve à vitória em todas as lutas da vida; por seu Filho, Jesus Cristo, na unidade do Pai e do Espírito Santo.

Assim Seja.

Amém.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

São Bruno

Hoje lembramos o santo que se tornou o fundador da Ordem dos Cartuxos, considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, e que atravessou a história sem reformas.
Filho de família nobre de Colônia (Alemanha), nasceu em 1032. Quando alcançou idade foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio, e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local, até que já, cinquentenário e cônego, amadureceu na inspiração de servir a uma Ordem religiosa.
Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se a uma região chamada Cartuxa com a aprovação e bênção de São Hugo, Bispo de Grenoble, o qual lhe ofereceu um lugar. Isto se deu graças a um sonho que São Hugo teve. Neste sonho, apareciam-lhe sete estrelas que caíam aos seus pés para, logo em seguida, levantarem-se e desaparecerem no deserto montanhoso. Após este sonho, o Bispo recebeu a visita de Bruno que estava acompanhado por seis companheiros monges. Ao ver os sete varões, o Bispo Hugo reconheceu imediatamente neles as sete estrelas do sonho e concedeu-lhes as terras onde São Bruno iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus. Com os monges companheiros, observava-se absoluto silêncio, a fim do aprofundamento na oração e à meditação das coisas divinas, ofícios litúrgicos comunitários, obediência aos superiores, trabalhos agrícolas, transcrição de manuscritos e livros piedosos.
Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa (Urbano II), teve ele que obedecer ao Vigário de Cristo, já que o queria como assessor, porém, recusou ser Bispo e após pedir com insistência ao Sumo Pontífice, conseguiu voltar à vida religiosa, quando juntamente com amigos de Roma, fundou no sul da Itália o Mosteiro de Santa Maria da Torre, onde veio a falecer no dia 6 de outubro de 1101.
As últimas palavras foram: "Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica, em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue, verdadeiros, de Jesus Cristo".

domingo, 5 de outubro de 2025

Santa Faustina Kowalska

 


Santa Faustina Kowalska, a grande apóstola da Divina Misericórdia, nasceu no dia 25 de agosto de 1905, na pequena aldeia polonesa de Glogowiec. Seus pais, Mariana e Stanislaw Kowalski, humildes camponeses, mas cristãos fervorosos, transmitiram-lhe uma fé profunda e autêntica.

Faustina foi batizada com o nome de Helena. Aos sete anos, sentiu-se chamada para a vida religiosa. Porém, não tendo a autorização dos pais, nada pôde fazer.

Terceira de dez filhos, Faustina deixou a escola, depois de três anos, para trabalhar como doméstica na casa de algumas famílias ricas, a fim de manter a si e à sua família.

Aos vinte anos, amadureceu, definitivamente, a escolha da vida religiosa, animada por uma visão de Cristo sofredor, que lhe disse: “Até quando terei que a suportar? Até quando você vai me enganar?”

Abundantes graças divinas
No dia 10 de agosto de 1925, a Santa entrou para o convento das Irmãs da Bem-aventurada Virgem Maria da Misericórdia, em Varsóvia, onde recebeu o nome de Irmã Maria Faustina. Ela transcorreu treze anos de vida religiosa em vários conventos da Congregação, trabalhando na cozinha, no jardim e na portaria. Mas, desempenhou todos os seus trabalhos com dedicação e humildade, discrição e disponibilidade.

Irmã Faustina recebeu abundantes graças do Senhor, entre as quais os estigmas, sinais visíveis mais evidentes; recebeu, outrossim, numerosas revelações e visões, que – a pedido de seus confessores – anotou em seu Diário, hoje traduzido em várias línguas.

Santa Faustina Kowalska morreu com apenas 33 anos, em 5 de outubro de 1938, em Cracóvia, consumida pela tuberculose.

A secretária da Divina Misericórdia
Em 22 de fevereiro de 1931, a Santa anotou em seu Diário: “Estando na minha cela, vi o Senhor Jesus vestido com uma túnica branca: com uma mão abençoava e com a outra batia no peito e das suas vestes saíam dois grandes raios: um vermelho e o outro pálido [...]. Após alguns instantes, Jesus me disse: “Pinte uma imagem do que você está vendo e escreva em baixo ‘Jesus, eu confio em vós’.” Quero que esta imagem seja venerada, antes de tudo, na capela de vocês e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem, jamais perecerá... porque eu mesmo a protegerei com a minha glória” (D. 47-48).

A imagem foi logo pintada e teve grande propagação, com as outras formas de culto à Divina Misericórdia, como Jesus havia pedido à Irmã Faustina: a festa da Divina Misericórdia, no primeiro domingo depois da Páscoa; a reza do terço da Divina Misericórdia; a oração da hora da Misericórdia (às 15 horas).

Jesus confiou, à humilde religiosa polonesa, que gostava de ser chamada “secretária do meu mistério mais profundo”, a sua mensagem de amor aos homens: “No Antigo Testamento, mandei os profetas, ao meu povo, por meio de raios; hoje, eu envio você, com a minha misericórdia, a toda a humanidade. Não quero punir a humanidade sofredora, pelo contrário, quero curá-la e apertá-la ao meu coração misericordioso” (D. 522).

A devoção de Dom Wojtyła
A devoção a Jesus Misericordioso difundiu-se rapidamente na Polônia, logo após o falecimento da Irmã Faustina.

Nos anos Sessenta, o então Arcebispo de Cracóvia, Dom Karol Wojtyła, promoveu o processo informativo concernente à vida e às virtudes de Faustina. Ao tornar-se Papa, João Paulo II presidiu à sua Beatificação, em 18 de abril de 1993, e à Canonização em 30 de abril de 2000. Na mesma ocasião, anunciou também o Domingo dedicado à Divina Misericórdia (primeiro domingo depois da Páscoa). Às vésperas desta festa, no dia 2 de abril de 2005, o Papa polonês foi para a Casa do Pai.

Santa Faustina Kowalska foi um dos santos Padroeiros do Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco.



Fonte:vaticannews


São Benedito

 Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de São Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele, e origem: era africano e negro; passou a ser amado por toda população como exemplo da humildade e da pobreza. Este fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, de: "o Mouro". Este adjetivo italiano é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de São Benedito, o Negro, ou apenas "o Santo Negro".
Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 04 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada desde 1983, em 05 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à CNBB. Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai Cristoforo herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu, eles foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.
Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos brincando profetizavam: "nosso santo mouro". Aos vinte um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E se tornou um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.
Na irmandade exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e mais tarde ele foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu em 1562, o Papa Paulo IV extinguiu a irmandade ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.
Todos obedeceram. Inclusive Benedito, que sem pestanejar, escolheu o convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali, exerceu igualmente as funções mais humildes como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.
Além disto, eram muitos, príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim ricos e pobres, todos se dirigiam à ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e quando seu período na direção da comunidade se concluiu, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento, que ele morreu, no dia 04 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, mas apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, a qual o envolve até os nossos dias.
Foi canonizado em 1807, pelo Papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado o santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente pelos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais, na igreja do convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, se venera uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "Santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Mas, assim foi toda a vida terrena de Santo Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais providos do Espírito Santo.

sábado, 4 de outubro de 2025

São Francisco de Assis

São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, no ano de 1182, de pai comerciante, o jovem rebento de Bernardone, gostava das alegres companhias e gastava com certa prodigalidade o dinheiro do pai. Sonhou com as glorias militares, procurando desta maneira alcançar o status que sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, mas em Espoleto, teve um sonho revelador no qual era convidado a seguir de preferência o Patrão do que o servo, e em 1206 , aos 24 anos de idade para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até da roupa que usava, para desposar a Senhora Pobreza e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa.
Voltando a Assis, dedicou-se ao serviço dos doentes e pobres e num dia enquanto meditava extasiado na igrejinha de São Damião, pareceu-lhe ter ouvido uma voz saída do crucifixo: Vá escorar a minha Igreja, que está desabando." Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francisco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Santa Clara, sua dileta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Neste capítulo da vida do santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens, freqüentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem. Em 1220, voltou a Assis após ter-se aventurado a viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egito, redigindo a segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, com o sigilo dos estigmas, recebidos no monte Alverne a 14 de setembro de 1224. O Pobrezinho de Assis como era chamado, foi uma criatura de Paz e Bem, terno e amoroso. Amava os animais, as plantas e toda a natureza. Peta, cantava o Sol e a Lua e as Estrelas. É o autor do Cântico do Irmão Sol.
São Francisco de Assis morreu com apenas 44 anos de idade, no dia 03 de Outubro de 1226, no chão nu da Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, proximidades de Assis, o autêntico arauto da perfeição Evangélica.
São Francisco de Assis é um dos santos mais amados pelo mundo inteiro, foi canonizado dois anos após a morte. Em 1939, o Papa Pio XII tributou um ulterior reconhecimento oficial ao "Mais italiano dos santos e mais santo dos italianos", proclamando-o padroeiro principal da Itália.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Columba José Marmion

José Aloísio Marmion nasceu na cidade de Dublin, na Irlanda, no dia 1º de abril de 1858. Seu pai, William, era irlandês e sua mãe, Ermínia, era francesa. O casal muito piedoso teve a graça de ver as três filhas se consagrarem a Deus, na Congregação das Irmãs da Misericórdia. Mais tarde, também o filho José, que ingressou no seminário diocesano da sua cidade natal, aos dezesseis anos de idade. Ele terminou os estudos de teologia no Colégio de Propaganda Fide, em Roma, onde foi ordenado sacerdote em 1881.
No inicio, seu sonho era ser monge missionário na Austrália, mas foi cativado pela atmosfera litúrgica da nova Abadia de Maredsous, fundada na Bélgica em 1872, a qual visitara pouco antes de regressar à Irlanda. Imediatamente, pediu ao seu bispo para ingressar nesse mosteiro, mas foi-lhe dito que esperasse mais algum tempo.
No seu ministério sacerdotal, de 1881 a 1886, conservou o zelo pastoral de missionário desempenhando várias funções: vigário em Dundrun, professor no Seminário Maior de Clonliffe, capelão de um convento de monjas redentoristas e de um cárcere feminino.
Só então obteve permissão para realizar o seu grande desejo de tornar-se monge beneditino. Ingressou na Abadia de Maredsous, na diocese de Namur, Bélgica, e, tomando o nome Columba, iniciou o seu noviciado. Foi um período difícil entre monges mais jovens, pois teve de mudar de costumes, cultura e língua; entretanto esforçou-se na formação da disciplina monástica e assim pôde emitir os votos solenes em 1891.
A partir desse momento, viveu intensamente o espírito monástico beneditino. A sua influência espiritual atingiu sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, os quais orientava para uma vivência fervorosa cristã através dos seus livros, traduzidos em mais de quinze idiomas: "Cristo, vida da alma", "Cristo nos seus mistérios" e "Cristo, ideal do monge", dos retiros e da sua direção espiritual.
Foi ele que, em 1914, quando rebentou a Primeira Guerra Mundial, levou alguns dos seus monges mais novos para a Irlanda. Mas dois anos depois, ele, sozinho, voltou para a Bélgica. Ali, quando a guerra terminou, constatou que o clima político do país não permitia uma ligação permanente com a Congregação alemã. Foi então que recebeu o pedido para começar a constituir uma nova, e somente belga. Assim, em 1920, fundou a "Congregação belga da Anunciação".
Columba Marmion exerceu cargos importantes, como diretor espiritual, professor e prior da Abadia de Mont-César, em Louvain, e terceiro abade de Maredsous. Ele faleceu em 30 de janeiro de 1923, vítima de uma epidemia de gripe. Na ocasião, a fama de sua santidade e mestre de vida espiritual se fazia presente em todo o mundo católico.
O papa João Paulo II declarou bem-aventurado Columba Marmion no Ano Santo do Jubileu de 2000. Sua festa litúrgica foi incluída no calendário para ser celebrada no dia 3 de outubro.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Santos Anjos da Guarda

 Os Anjos são antes de tudo os mediadores das mensagens da verdade Divina, iluminam o espírito com a luz interior da palavra. São também guardiões das almas dos homens, sugerindo-lhes as diretivas Divinas; invisíveis testemunhas dos seus pensamentos mais escondidos e das suas ações boas ou más, claras ou ocultas, assistem os homens para o bem e para a salvação. São Grégorio Magno diz, que quase cada página da Revelação escrita, atesta a existência dos Anjos. No Novo Testamento aparecem no Evangelho da infância, na narração das tentações do deserto e da consolação de Cristo no Getsêmani. São testemunhas da Ressurreição, assistem a Igreja que nasce, ajudam os Apóstolos e transmitem a vontade Divina. Os Anjos preparam o juízo final e executarão a sentença, separando os bons dos maus e formarão uma coroa ao Cristo triunfante. Eles os Anjos,são mencionados mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. Além de todas essas referências bíblicas, que po si só justificam o culto especial que os cristãos reservam aos anjos desde os primeiros tempos, é a natureza destes "espíritos puros" que estimula nossa admiração e nossa devoção.
Dizia Bozzuet : "Os Anjos oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até os nossos desejos, fazem valer diante de Deus os nossos pensamentos... Sejamos felizes de ter amigos tão prestativos, intercessores tão fiéis, intérpretes tão caridosos." Fundamentando a verdade de fé, a Igreja nos diz que cada cristão, desde o momento do batismo, é confiado ao seu próprio Anjo, que tem a incumbência de guardá-lo, guiá-lo no caminho do bem, inspirando bons sentimentos, proporcionando a livre escolha que tem como meta Deus, Supremo Bem. A liturgia do dia 29 de setembro, que celebramos São Miguel, São Gabriel e São Rafael, lembra ao mesmo tempo todos os coros angélicos: os Anjos, os arcanjos, os Tronos, as Dominações que adoram, as Potestades que tremem de respeito diante da Majestade Divina, os céus, as virtudes, os bem-aventurados serafins e os querubins.
O Inicio da celebração da festa distinta para os Santos Anjos da Guarda, começou desde o século XVI, universalizada pelo Papa Paulo V, depois que em 1508 Leão X aprovou o novo Ofício composto pelo franciscano João Colombi.
Oremos:Santo Anjo do Senhor, Meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade Divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumina. Amém.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Santa Teresa do Menino Jesus ( de Lisieux )

A vida da Santa Teresa de Lisieux, ou Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na História da Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do "Deus duro e vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus, como um fim em si mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria registrado nos livros "Infância Espiritual" e "História de uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e jovem como o amor que vivenciava à Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.
Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 02 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas, circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.
Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas, a vontade de segui-las era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos conseguiu permissão para entrar no o Carmelo, em Lisieux, permissão essa concedida especial e pessoalmente pelo Papa Leão XIII.
Ela própria escreveu que, para servir a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, mártir... Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas estas missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios, provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada, perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos teólogos, filósofos e pensadores do século XX.
Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1o. de outubro de 1897 com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em favor de seus devotos.
Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925, pelo Papa Pio XI. Ela que durante toda a sua vida teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária, foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice como "Padroeira especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes em todo o universo, tendo o mesmo título de São Francisco Xavier". Esta "grande santa dos tempos modernos" foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II, em 1997.