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domingo, 14 de dezembro de 2025

São João da Cruz

São João da Cruz nasceu perto de Ávila, em Fontiveros, Espanha, no ano de 1542. Era filho de tecelões. Após ter dado prova da sua imperícia nas várias ocupações às quais a família, muito pobre, tentou encaminhá-lo, ao vinte anos, ingressou na Ordem dos Carmelitas. Estudou artes e teologia em Salamanca, onde foi prefeito dos estudantes. Foi ordenado sacerdote no ano de 1567, época em que se encontrou com Santa Teresa de Ávila (Teresa de Jesus) a reformadora das carmelitas. A Santa fundadora tinha em mente ampliar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem Carmelita, e seu tino delicado fê-la entrever naquele frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o sócio ideal para levar adiante o seu corajoso projeto.
Aos vinte e cinco anos de idade deu prova de coragem e desde esse dia trocou o nome, chamando-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Sêneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.
Mas a volta mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 2577 foi até preso por oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. " Padecer e depois morrer " era o lema do autor da Noite escura da alma, da Subida do monte Carmelo, do Cântico espiritual e da Chama de amor viva.
São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI lhe conferiu o título de doutor da Igreja, dois séculos depois.

Oremos: Deus nosso Pai, a exemplo de São João da Cruz, fazei que cada um de nós progrida na vida espiritual e caminhe para vós, que nos inspire o gosto pelas coisas de Deus e nos ensine a vos amor com todas as nossas forças e de todo coração. Amém.

sábado, 13 de dezembro de 2025

Santa Luzia

O nome de Santa Luzia deriva do latim e significa: Portadora da luz. Ela é invocada pelos fiéis como a protetora dos olhos, que são a "janela da alma", canal de luz.
Nasceu em Siracusa (Itália) no fim do śeculo III. Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe, chamada Eutícia, a queria casada com um jovem de distinta família, porém pagão.
Ao pedir um tempo para o discernimento e tendo a mãe gravemente enferma, Santa Luzia inspiradamente propôs a sua mãe que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda, em Catânia, e que a cura da grave doença seria a confirmação do não para o casamento. Milagrosamente, foi o que ocorreu logo com a chegada das romeiras e, assim, Santa Luzia voltou para Siracusa com a certeza da vontade de Deus quanto a virgindade e quanto aos sofrimentos que passaria, como Santa Águeda.
Santa Luzia vendeu tudo, deu aos pobres, e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Não querendo oferecer sacrifício aos falsos deuses e nem quebrar o seu santo voto, Santa Luzia teve que enfrentar as autoridades perseguidoras. Quis o prefeito da cidade, Pascásio, levar à desonra a virgem cristã, mas não houve força humana que a pudesse arrastar. Firme como um monte de granito, várias juntas de bois não foram capazes de a levar (Santa Luzia é muitas vezes representada com os sobreditos bois). As chamas do fogo também se mostravam impotentes, até que por fim a espada acabou com vida tão preciosa. A decapitação de Santa Luzia se deu no ano de 303.
Conta-se que antes de sua morte teriam arrancado os seus olhos, fato ou não, Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus - Luz do Mundo - até as últimas consequências, pois assim testemunhou diante dos acusadores: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade".

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Nossa Senhora de Guadalupe

Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é também emocionante. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um Bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano.
Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim foi o escolhido para ser o portador de Sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu à ele várias vezes.
A primeira vez quando o índio passava pela Colina de Tepyac, próximo à Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao Bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Emocionado o índio procurou o Bispo João de Zumárraga e contou-lhe o ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não iniciar a construção.
Passado uns dias Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o Bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o Bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora.
Deu-se então o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da Colina onde anteriormente as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a extrema unção a um tio seu, que agonizava. De repente Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. O tranqüilizou quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao Bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de que, o país atravessava um rigoroso inverno. Mas obedeceu e novamente surpreso encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao Bispo, como prova de sua presença.
E assim fez o fiel índio. Ao abrir na frente do Bispo o manto cheio de rosas, ele viu se formar impressa uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o Bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome.
A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos.
O local se tornou um enorme Santuário abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa Colina e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele está guardado o manto de Santo João Diego, em perfeito estado apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama carinhosamente de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição.
Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo Papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o Papa João Paulo II visitou esse Santuário e consagrou solenemente toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Feliz Natal !



 

Santo Dâmaso I

São Dâmaso nasceu pelo ano de 305, era de origem espanhola. Era irmão de Santa Irene. Após ter sido diácono na Igreja de Roma com o Papa Libério, onde participou ativamente nos esforços doutrinais para a volta à ortodoxia, foi o sucessor do Papa Libério, cargo que ocupou do ano 366 a 384. A sua firme atitude, que sacudiu o entusiasmo e a aprovação de toda a cristandade quando, não se importando com as ameaças e protecionismos imperiais, depôs todos os bispos vinculados com o arianismo, trouxe à Igreja a unidade, estabelecendo o princípio que a comunhão com o bispo de Roma é o sinal de reconhecimento de católicos e de bispo legítimo. Sua eleição foi marcada por lutas violentas entre as diversas facções, deixando num só dia o saldo de 137 mortos., Papa Dâmaso demonstrou com as obras que a escolha fora certa. Durante seu pontificado houve explosão de ritos, de orações, de peregrinações, com novas instituições litúrgicas e catequéticas para os estudos de revisão do texto da Bíblia e a nova versão em latim (Chamada Vulgata) feita por São Jerônimo, que São Dâmaso chamou para seu secretário.
Naqueles anos a Igreja atingira nova dimensão sócio-religiosa, tornando-se uma componente da vida pública. Podemos lembrar a obra de Santo Ambrósio em Milão. Os bispos podiam escrever, catequizar, advertir e condenar. Em 380, por ocasião do sínodo de Roma, o papa Dâmaso expressou sua gratidão aos chefes do império por terem deixado à Igreja a liberdade de administrar-se por conta própria. Com a liberdade conquistada, antigos lugares de oração, como as catacumbas, teriam ficado em ruína. Ele não só exaltou em seus famosos Títulos (epigramas feitos nas pedras pelo calígrafo Dionísio Filocalo), mas também os honrou dedicando-se pessoalmente à identificação de seus túmulos e à consolidação das criptas que guardavam suas relíquias. Na cripta dos papas, nas catacumbas de São Calisto, ao término da longa epígrafe, acrescentou:"Aqui, eu, Dâmaso, gostaria que fossem sepultados ois meus espólios, mas temo pertubar as piedosas cinzas dos mártires."
São Jerônimo atesta que o papa Dâmaso morreu com quase oitenta anos. Foi sepultado no túmulo que ele mesmo tinha preparado, humildemente longe das cinzas dos mártires, ao longo da via Ardeatina. Seus restos mortais foram reexumados e levados à Igreja de São Lourenço em Dâmaso.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Feliz Natal - 2025





São Melquíades

Hoje nos deixamos atingir pela santidade de vida de um Papa que buscou no Pastor Eterno e Universal toda a graça que necessitava para ser fiel num tempo de transição da Igreja. São Melquíades, de origem africana, fez parte do Clero Romano, até que em 310 faleceu o Papa Eusébio e foi eleito sucessor de São Pedro.
No período de seu governo, Melquíades sofreu com a perseguição aos cristãos pelo Imperador Máximo. Esta perseguição só teve um descanso quando Constantino venceu Máximo na histórica batalha em Roma (312) a qual atribuiu ao Deus dos cristãos. Com isto, surgiu o Edito de Milão em 313, concedendo a liberdade religiosa; assim, São Melquíades passou do Papa da perseguição para o Papa da liberdade dos cristãos.
Durante os quatro anos de seu Pontificado, as piores ameaças nasceram no interior da Igreja com os hereges. São Melquíades foi grande defensor da Fé, por isso combateu principalmente o Donatismo, que contestava a legitimação da eleição dos ministros de Deus e fanaticamente se substituía a qualquer autoridade.
Aproveitou Melquíades, a liberdade religiosa para organizar as sedes paroquiais em Roma e recuperar os bens da Igrejas perdidos durante a perseguição. São Melquíades através da Eucaristia semeou a unidade da Igreja de Roma com as demais igrejas. Entrou no céu em 314 e foi enterrado na Via Ápia, no cemitério de Calisto. Do Doutor Santo Agostinho, São Melquíades recebeu o seguinte reconhecimento: "Verdadeiro filho da paz, verdadeiro pai dos cristãos".

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Santa Joana Francisca de Chantal

Santa Joana nasceu em Dijon a 28 de Janeiro de 1572. Filga de Benigno Frémiot, presidente do parlamento de Borgonha e de Margarida de Berbizy. No batismo recebeu o nome de Joana, ao qual acrescentou o de Francisca, por ocasião de sua confirmação. Teve esmerada educação. Recusando a casar-se com um fidalgo rico, por ser ele calvinista, mas aceitou casar-se com o barão de Chantal. Conduzida ao castelo de Bourbilly, após o casamento, a primeira ordem que deu foi a de diariamente haver missa, e de a ela assistirem todos os domésticos; por isso ocupou-se da instrução religiosa deles; ocupou-os com discrição, e os ajudou em suas necessidades com grande caridade. Nas festas e nos domingos participava da missa na paróquia. Quando o marido se ausentava não saia de casa, nem havia diversões no castelo. FIcou viúva, aos 28 anos, com um filho e três filhas.
Santa Joana Francisca, sofreu muito após a morte do marido, mas coube fazê-lo cristãmente. Fez voto de castidade e levou vida de profundíssima caridade, vivendo retirada do mundo e dividindo o tempo entre a oração, o trabalho e a educação dos filhos. Estava na casa de seu pai, quando conheceu São Francisco de Sales, bispo de Genebra. Descobriu nele o homem talhado para seu diretor espiritual. A partir daí uma profunda amizade une a ambos. O fruto espiritual dessa amizade será a Congregação da Visitação de Santa Maria, que a baronesa de Chantal fundará juntamente com Jacqueline Fabre e a senhorita Brechard. Com os filhos crescidos e amadurecidos. Casou sua filha mais velha com o barão de Thorens, a outra faleceu pouco depois, e a terceira desposou o conde de Toulonjon. O jovem barão de Chantal com 15 anos foi entregue ao avô materno, que cuidaria de sua educação e de seus bens. A presença da mãe não lhes era mais necessária. Podia sossegada entrar no convento. Brilha nela todo o vigor cristão do amor de Deus acima de tudo e do amor ao próximo por amor a Deus.
A ordem da Visitação começou em Annecy, sob a orientação do bispo de Genebra, e foi se desenvolvendo. Madre Chantal foi obrigada a deixar muitas vezes Annecy para fundar casas em diversas outras cidades, não sem muitas dificuldades e sofrimentos, e até perseguições em Paris.
Santa Joana Francisca de Chantal, morreu em Moulins, no dia 13 de dezembro, depois de rude agonia, pronunciando o nome de Jesus.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Imaculada Conceição de Maria

O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro nós e que não renunciamos nunca.
A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma foi definido em 1854 pelo Papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII.
A festa não existia oficialmente no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia, chamado Beato João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de São Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria, como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade.
Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570 foi confirmada e formalizada pelo Papa Pio V, na publicação do novo ofício e, finalmente, no século XVIII, o Papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade.
Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se explicitamente com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição".
Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus misericordioso. Foi Deus que concedeu à Ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina permanecesse incontaminada.
Maria então foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos.
Hoje não comemoramos a memória de um Santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a Rainha de todos os Santos, a Mãe de Deus.

domingo, 7 de dezembro de 2025

Feliz Natal !




 

Santo Ambrósio

Santo Ambrósio nasceu em Tréveros pelo ano 340, sua mãe era profundamente cristã, alma da educação do lar, Ambrósio é o escolhido do Espírito. Era ainda catecúmeno, quando por aclamação popular subiu à sede episcopal de Milão. respeito da religião cristã estava ainda por aprender quase tudo, e se dedicou sobretudo ao estudo da Sagrada Escritura com tanto empenho que logo a dominou. Sua honestidade e integridade o conduzem a aprender o oficio de bispo. A alma de seu apostolado a Escritura Sagrada, lida à luz dos Padres Gregos, principalmente de Orígenes, seu grandíssimo mentor. "Mitiga a tua sede no Antigo e no Novo Testamento; num e noutro estarás bebendo o Cristo".
A atividade diária de Ambrósio era dirigida antes de tudo à orientação da própria comunidade, e cumpria as suas tarefas pastorais dirigindo ao seu povo mais de uma homilia por semana. Santo Agostinho, que foi seu assíduo ouvinte, refere-nos em suas Confissões quão grande foi o prestígio da eloqüência do bispo e Milão e quão eficaz o tom de voz deste apóstolo da amizade. Ele se caracteriza pelo seu pastoreio, máxime no seu zelo pelos pobres. A maioria de seus escritos nasce de sua alma de catequista. A catequese da iniciação cristã, da liturgia e dos sacramentos ocupa um papel preponderante em sua vida.
Jurista preciso e moralista severo, Ambrósio não se esquece do lado social político da fé, a usa com audácia os malefícios do dinheiro e os excessos da propriedade. Afirma com coragem, se dirigindo aos ricos: "Não são teus os bens que distribuis ao pobre, são apenas os deles que lhes destinas. Pois o que fazes é usurpar só para teu uso o que é dado a todos e não aos ricos, porém, os que não usam propriedade são menos numerosos o que aqueles que a usam. Assim, de fato, o que fazes é pagar as tuas dívidas, e não, de forma alguma, distribuir larguezas gratuitamente" (Nobot 55).
Entre seus escritos que não têm relação direta com a sua pregação, recordamos o Deveres dos Ministros, porque enfatizando o conhecido texto ciceroniano e acolhendo todos os elementos, demonstra que o cristianismo pode assimilar sem perigo de alterar o significado da Boa Nova os valores morais naturais que o mundo pagão, o romano em particular, soube expressar.
Santo Ambrósio morreu em Milão no dia 04 de abril de 397. O Evangelho realizou milagres na vida deste Santo, transformando-o, de aristocrata romano, em pai dos pobres e servidor da Igreja. A fé o humanizou e a graça fez dele um pastor dos pequeninos.

sábado, 6 de dezembro de 2025

Advento - 2025




 

São Nicolau

O santo deste dia é São Nicolau, muito amado pelos cristãos e alvo de inúmeras lendas. Filho de pais ricos com profunda vida de oração, nasceu Nicolau no ano 275 em Pátara, na Ásia Menor. Tornou-se sacerdote da diocese de Mira, onde com amor evangelizou os pagãos, mesmo no clima de perseguição que os cristãos viviam.
São Nicolau é conhecido principalmente para com os pobres, já que ao receber por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os necessitados. Certa vez, Nicolau sabendo que três pobres moças não tinham os dotes para o casamento e por isso o próprio pai, na loucura, aconselhou a prostituição, jogou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens. Daí que nos países do Norte da Europa, usando da fantasia, viram em Nicolau o velho de barbas brancas que levava presentes às crianças no mês de dezembro.
Sagrado Bispo de Mira, Nicolau conquistou a todos com sua caridade, zelo, espírito de oração, e carisma de milagres. Historiadores relatam que ao ser preso, por causa da perseguição dos cristãos, Nicolau foi torturado e condenado a morte, mas felizmente se salvou em 313, pois foi publicado o edito de Milão que concedia a liberdade religiosa.
São Nicolau participou do Concilio de Nicéia, onde Jesus foi declarado consubstancial ao Pai. Entrou Nicolau no Céu em 324 ao morrer em Mira com fama de santidade e de instrumento de Deus para que muitos milagres chegasse ao povo.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

São Martinho de Dume

Oriundo da Panônia, atual Hungria, dirigiu-se ainda jovem para ao Oriente, onde professou vida regular: estudou o grego e outras ciências eclesiásticas em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, pelo eminente Doutor Santo Isidoro, como ilustre na fé e na ciência. Também Gregório de Tours o considerou entre os homens insuperáveis do seu tempo. Regressando do Oriente, dirigiu-se depois a Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens por então mais insignes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homônimo e compatriota, S. Martinho de Tours, que desde então ficará considerando como seu patrono e modelo. Foi também por essa altura que Martinho se encontrou com o rei dos Suevos, Charrarico, ao qual acompanhou para o noroeste da Península Ibérica, em 550, onde, com restos do gentilismo e bastante ignorância religiosa, se espalhara o Arianismo.
Para acorrer a tantos males, não tardou Martinho em planejar e colocar em andamento seu vigoroso apostolado. Num mosteiro, edificado pelo mesmo rei, em Dume, ao lado de Braga, assenta o grande apóstolo dos suevos suas instalações como escola de monaquismo e base de irradiação catequética e missionária. A igreja do mosteiro é dedicada a S. Martinho de Tours, e foi sagrada em 558. O seu abade foi elevado ao episcopado pelo Bispo de Braga já em 556, em atenção ao seu exímio saber e extraordinário zelo e santidade. Com a subida ao trono do rei Teodomiro (em 559), consumava-se o regresso dos Suevos ao Catolicismo, deixando o Arianismo. Ilustre por tão preclaras prerrogativas, passa Martinho para a Sé de Braga, em 569, quando o Catolicismo nesta região gozava já de alto esplendor, o que tornou possível o 1° Concílio de Braga, em 561, no pontificado de João III. Em 572, foi Martinho a alma do 2° Concílio de Braga. Nesta altura escreveu ele: "Com a ajuda da graça de Deus, nenhuma dúvida há sobre a unidade e
retidão da fé nesta província".
S. Martinho de Dume não esqueceu da importância e eficácia do apostolado da pena. Deixou assim várias obras sobre as virtudes monásticas, bem como matérias teológicas e canônicas, pelas quais foi depois reputado e celebrado como Doutor. Faleceu a 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dume; mas desde 1606 estão depositadas as suas relíquias na Sé de Braga. Compusera para si, em latim, o seguinte epitáfio sepulcral, em que mostra a veneração que dedicava ao santo Bispo de Tours: "Nascido na Panônia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado Bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da Missa.
Tendo-te seguido, ó Patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo".

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Santa Bárbara

Bárbara era uma jovem meiga, inteligente e muito bela. Seu pai Dioscuro era alto funcionário do Imperador, sua mãe chamava-se Irnéria. Ela foi batizada por um discípulo de Orígenes, que morava em Alexandria Egito), o qual, a pedido de Bárbara, viera até sua casa. A partir desse dia, a jovem se comprometeu a servir só ao verdadeiro Deus, nem que isso lhe custasse a vida, pois para ela sua vida pertencia a Jesus por quem sentia o amor maior. O Bispo Zenão soube que Bárbara tinha sido batizada, e deu graças a Deus. A jovem era proibida de sair de casa, sabia dos acontecimentos pelas amigas cristãs: Juliana e Mônica. Dioscuro era muito ciumento e temendo que a beleza de Bárbara atraísse pretendentes que não lhe interessavam, mandou construir uma torre onde deixaria Bárbara trancada quando ele estivesse viajando. Conta a tradição que a torre, projetada por seu pai tinha duas janelas, ao ter conhecimento do fato, pediu ao construtor para que aumentasse para três janela. Assim, ela pensava honrar a Santíssima Trindade o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Quando Dioscuro soube que sua filha tornera-se cristã, ele pela primeira vez agrediu Bárbara dando-lhe uma violenta bofetada. Mas a jovem tentou explicar-lhe: "Nós cristãos, acreditamos que somos todos irmãos; não aceitamos Império baseado na violência e na injustiça". Ao ouvir essas palavras, Dioscuro enraiveceu-se ainda mais e ordenou que fechassem sua filha na nova torre. Ela devia ficar lá sem se comunicar com ninguém. Neste período sua amiga Mônica foi presa, também o Bispo Zenão dera seu testemunho de fé, sendo martirizado. Alguns dias depois, foram dizer a Dioscuro que sua filha havia favorecido a fuga da amiga Mônica, com o que ficou furioso e resolveu ir até a torre e forçar Bárbara a prestar homenagem ao deus Júpiter. Como Bárbara recusou-se, ficou muito furioso e decidiu matá-la com suas próprias mãos. Mas a parede onde não havia nenhuma porta abriu-se... e a jovem passou por ela, saindo ilesa. Em seguida a porta voltou a se fechar. Dioscuro, vendo-se vencido, ordenou aos soldados que procurassem sua filha por todos os lugares da cidade. Enquanto isso, Bárbara aproveitou para visitar os doentes, as comunidades
cristãs nos montes, e ajudava os filhos dos escravos.
Finalmente, o centurião Aleixo e os soldados encontraram Bárbara numa gruta, onde fora levar alimento para alguns doentes. Ela não reagiu a ordem de prisão. Seu pai denunciou-a por ser cristã e levou-a diante dos juízes que a condenaram. Irnéria ao saber do acontecido com a filha, procurou apelar em seu favor junto ao marido, mas Dioscuro
não quis voltar atrás... Na prisão, Bárbara foi chicoteada, mas nem o chicote nem a tortura conseguiram diminuir a fé e o amor que Bárbara prometera a Jesus no dias do Batismo e mesmo ferida no corpo, procurava aumentar a força interior através da oração e num certo momento de oração, uma luz descia do alto, iluminando as trevas da prisão. E a voz disse: Bárbara, você esta sofrendo por mim. Vou confundir seus perseguidores, curando suas feridas".A visão desapareceu, e a jovem percebeu que as feridas de seu corpo haviam desaparecido completamente. Os juízes não se conformaram com aquela cura e tentaram torturá-la pelo fogo. Sua amiga Juliana também fora presa e condenada ao mesmo suplício. Os soldados atearam fogo...Mas Deus interveio novamente; duas mãos que um dia a maldade humana feriu com pregos - numa sexta-feira santa apagaram aquele fogo que o ódio de um pai mandara acender. As duas jovens foram libertadas por Jesus e viram-se libertadas. Mas Dioscuro não se deu por vencido e ordenou aos soldados que levassem Bárbara pelas ruas da cidade e a conduziram debaixo de chicotadas e novamente a presença Divina lhe curou as chagas.
Dioscuro, pediu a justiça a condenação de sua filha: "Seja morta à espada, como convém aos membros da nobreza". E, ao mesmo tempo, pediu permissão para ele mesmo executar a sentença. Incrível decisão! Bárbara e sua amiga Juliana caminharam juntas para o local do martírio. Muitas pessoas seguiram as duas jovem. A espada de Dioscuro levantou-se no ar e atingiu o pescoço de Bárbara que serenamente, entregava a Deus a sua vida, enquanto Juliana curvava a cabeça diante do carrasco. Logo após sua morte, um raio fulminou seu assassino. É por isso que Santa Bárbara é invocada, nas tempestades, contra o raio. Seu culto espalhou-se rapidamente pelo Oriente e pelo Ocidente, inclusive no Brasil.
Após a invenção da pólvora de tiro, é Patrona de todos os que manejam esse perigoso elemento.
Santa Bárbara e os outros santos são nossos intercessores junto a Deus. Que eles nos ajudem a sermos cristãos autênticos, capazes de assumir o compromisso de seguir a Cristo, servindo aos nossos irmãos mais necessitados.
Amém.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

São Francisco Xavier

A Igreja que na sua essência é missionária, teve no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. No Oriente, São Francisco Xavier destacou-se com uma santidade que o levou a ousadia de fundar várias missões, a ponto de ser conhecido como "São Paulo do Oriente". Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha, a 7 de abril de 1506, sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a valentia; com dezoito anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.
Vaidoso e ambicioso, buscava a glória de si até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade; e que sempre repetia ao novo amigo: "Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?" Com o tempo, e intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão; o resultado se vê no fato de ter se tornado cofundador da Companhia de Jesus. Já como Padre, e empenhado no caminho da santidade, São Francisco Xavier foi designado por Inácio a ir em missão para o Oriente. Na Índia, fez frutuoso trabalho de evangelização que abrangeu todas as classes e idades, ao avançar para o Japão, submeteu-se em aprender a língua e os seus costumes, a fim de anunciar um Cristo encarnado. Ambicionando a China para Cristo, pôs-se a caminho, mas em uma ilha frente a sua nova missão, veio a falecer por causa da forte febre e cansaço.
Esse grande santo missionário entrou no Céu com quarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho, tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

FELIZ NATAL!!

 



São Cromácio


Hoje a Igreja nos apresenta São Cromácio, Bispo de Aquiléia (Itália). Esta cidade da Europa, por um tempo foi muito importante para o Império Romano, que a tinha como centro político e principalmente para o Cristianismo, pois São Jerônimo a chamou: "Comunidade de santos".
Neste contexto que, no século IV, Cromácio aparece como pertencente do Clero de Aquiléia e ajudante fiel do Bispo Valeriano. Cromácio nasceu em Aquiléia no ano 345. São Cromácio colaborou na organização da diocese e na luta contra o Arianismo, que semeava a mentira em que Jesus Cristo seria criatura escolhida, e não Deus.
A casa de São Cromácio era centro de atividade espiritual, de estudo, oração e encontro de amigos sacerdotes e leigos, dispostos a cresceram para Deus. Quando Valeriano morreu, todos - Clero e o povo - não tiveram dúvida em aclamar Cromácio para Bispo de Aquiléia. Isto em 388.
Como Bispo, foi santo e sábio pastor, culto, enérgico na defesa da doutrina e incansável na evangelização dos povos, o próprio São Cromácio se destacou como pregador e escritor, além de cooperar para que São Jerônimo e Rufino trabalhassem cada um na sua tradução das Sagradas Escrituras.
São Cromácio faleceu em sua cidade - Aquiléia - no ano de 408, local que jamais esqueceu deste santo Bispo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Santo Elói ou Elígio

Bispo, escultor, modelista, marceneiro e ourives, Elói ou Elígio foi um artista e religioso completo. Nasceu na cidade de Chaptelat, perto de Limoges, em 588, na França. Seus pais, de origem franco-italiana, eram modestos camponeses cristãos com princípios rígidos de honestidade e lealdade, transmitidos com eficiência ao filho. Com sabedoria e muito sacrifício, fizeram questão que ele estudasse, pois sua única herança seria uma profissão.
Assim foi que na juventude Elói ingressou na escola de ourives de Limoges, a mais conceituada da Europa da época e respeitada ainda hoje. Ao se formar mestre da profissão já era afamado pela competência, integridade e honestidade. Tinha alma de monge e de artista, fugia dos gastos com jogos e diversões e tudo gastava com os pobres. Levava uma vida austera e de oração meditativa, ganhando o apelidado de "o monge". Conta-se que sua fama chegou à corte e aos ouvidos do rei Clotário II, em Paris. Ele decidiu contratar Elói para fazer um trono de ouro e lhe deu a quantidade do metal que julgava ser suficiente. Mas, com aquela quantidade, Elói fez dois tronos e entregou ambos ao rei. Admirado com a honestidade do artista, ele o convidou para ser guardião e administrador do tesouro real. Assim, ele foi residir na corte, em Paris.
Elói assumiu o cargo e também o de mestre dos ourives do rei. E assim se manteve mesmo depois da morte do soberano. Quando o herdeiro real assumiu o trono como Dagoberto II quis manter Elói na corte como seu colaborador, pois lhe tinha grande estima. Logo o nomeou um de seus conselheiros e embaixador, devido a confiança em suas virtudes.
Ele também realizou obras de arte importantes como o túmulo de Santo Martinho de Tours, o mausoléu de Santo Dionísio em Paris, o cálice de Cheles e outros trabalhos artísticos de cunho religioso. Além disso, e acima de tudo Elói era um homem religioso, não lhe faltou inspiração para grandes obras beneméritas e na arte de se dedicar ao próximo, em especial aos pobres e abandonados. O dinheiro que recebia, pelos trabalhos na corte, usava todo para resgatar prisioneiros de guerra, fundar e reconstruir mosteiros masculinos e femininos, igrejas e contribuir com outras tantas obras para o bem estar espiritual e material dos mais necessitados. Em 639, o rei Dagoberto II morreu. Elói então ingressou para a vida religiosa.
Dois anos depois era consagrado Bispo de Noyon, na região de Flandres. Foi uma existência totalmente empenhada na campanha da evangelização e re-evangelização, no norte da França, Holanda e Alemanha. Onde se tornou um dos principais protagonistas e se revelou um grande e zeloso pastor a serviço da Igreja de Cristo.
Durante os últimos dezenove anos de sua vida, Elói evitou o luxo e viveu na pobreza e na piedade. Foi um incansável exemplo de humildade, caridade e mortificação.A região de sua diocese estava entregue ao paganismo e a idolatria. Com as pregações de Elói e suas visitas a todas as paróquias, o povo foi se convertendo até que um dia todos estavam batizados.
Morreu no dia 01 de dezembro de 660, na Holanda, durante uma missão evangelizadora. A história da sua vida e santidade se espalhou rapidamente por toda a França, Itália, Holanda e Alemanha, graças ao seu amigo Bispo Aldoeno que escreveu sua biografia.
A Igreja o canonizou e autorizou o seu culto, um dos mais antigos da cristandade. A festa de Santo Elói ou Elígio, padroeiro dos joalheiros e ourives, ocorre na data de sua morte. Entretanto ele é celebrado também como padroeiro dos cuteleiros, ferreiros, ferramenteiros, celeiros, comerciantes de cavalos, carreteiros, cocheiros, garagistas e metalúrgicos.